Hospital de Porto Alegre é referência nos cuidados a pessoas com deficiência

No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, nesta quinta-feira (3), ganha relevância contribuições como o do Hospital Santa Ana, de Porto Alegre. A instituição tem o Centro Especializado em Reabilitação Auditiva e Intelectual (CER II), que atende mais de 700 pacientes, assistência que foi mantida mesmo na pandemia.


Foto divulgação



O trabalho começou há um ano e vem ajudando a melhorar as condições de vida das pessoas que são assistidas. O acompanhamento de profissionais e acesso a equipamentos possibilitam inclusão e interação social. O Hospital Santa Ana, ligado à Associação Educadora São Carlos (AESC), que é dona do Hospital Mãe de Deus, só atende pelo SUS.

O encaminhamento para o Santa Ana é feito pelo sistema de gerenciamento de consultas (Gercon) da Secretaria Municipal de Saúde, que é acessado pelas equipes nos postos da rede. Daniela Razzolini, coordenadora do CER II, destaca que o serviço faz do diagnóstico à adaptação de pacientes. "Um atendimento pautado pela atenção e o cuidado”, define Daniela. Segundo informações da unidade, foram entregues 845 aparelhos auditivos de fevereiro até outubro. 

Aos 89 anos, a ex-telefonista Maria Luzia Moreira da Silva (foto), que tinha perda auditiva de grau severo nos dois ouvidos, colocou o aparelho: “Adoro ouvir os pássaros, o meu samba e poder conversar. Passei a escutar melhor. Eu nasci de novo”, resume Maria Luzia. A ex-telefonista aponta a dificuldade de quem não tem o seu problema em aceitar a diferença: "Uma pessoa com surdez merece ser tratada com carinho”, avisa ela. “Os pacientes recebem, do diagnóstico à adaptação, um atendimento pautado pela atenção e o cuidado”, descreve Daniela Razzolini, coordenadora do CER II. 

Crianças como o pequeno Enzo, de três anos e nove meses, experimentam mudanças decisivas, após começarem a receber o acompanhamento. O pai do garoto, Bruno Silva, conta que chegou ao hospital a partir da indicação do psiquiatra do posto no bairro em que a família reside na Capital. O menino teve acesso no centro a psicóloga, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e médico psiquiatra. “Antes tínhamos receio, porque ele (Enzo) não demonstrava sentimentos, não falava e nem atendia a nenhum chamado", recorda o pai.

"Hoje ele atende quando falamos 'vamos sair e passear’, `vamos tomar um banho ou comer’. Ele está progredindo e os profissionais nos dizem que ele terá um grande futuro e poderá ter uma vida normal daqui a um tempo. Não tem sentimento melhor para um pai", valoriza.

Doze profissionais, entre fonoaudiólogas, psicólogas, terapeutas ocupacionais, otorrinolaringologistas, neurologistas e assistentes sociais, integram o centro. Mais de 150 crianças são atendidas por mês.

Notícia original no site do Jornal do Comércio.

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