Mulheres são maioria trabalhando nas Unidades de Triagem de Porto Alegre

Mulheres representam mais da metade da força de trabalho nas associações e cooperativas que formam as Unidades de Triagem (UTs) de Porto Alegre. É o que mostra um levantamento inédito realizado em março deste ano pelo Instituto Lixo Zero Brasil em Porto Alegre. Do total de 485 trabalhadores, 295 são mulheres, o que representa 60,82% dos postos de trabalho em 16 UTs da Capital.

Foto Coopercaps / DINO


A divulgação dos dados marca o Dia Internacional da Reciclagem, comemorado no dia 17 de maio, com o objetivo de chamar atenção sobre quem está por trás desta operação: catadores e catadoras de materiais recicláveis.

Reciclagem é a separação dos materiais que podem voltar para o ciclo produtivo e assim evitar a retirada de mais recursos naturais. "Quando vemos que para que os materiais sejam reciclados, primeiro precisam passar pelas mãos dos catadores no momento da triagem, entendemos a importância que temos neste processo. Além de separar os resíduos, devemos repensar, reduzir, reutilizar e por último reciclar", destaca Anna Spotorno, embaixadora do ILZB em Porto Alegre, fundadora da Ciclo sem Lixo e estudante de Gestão Ambiental.

Confira o número de mulheres e o total de profissionais por Unidades de Triagem:

UT RECICLANDO PELA VIDA: 14 mulheres / 25 total

UT ANJOS DA ECOLOGIA: 12 mulheres / 20 total

UT SANTÍSSIMA: 12 mulheres / 20 total

UT SÃO PEDRO: 7 mulheres / 13 total

UT RUBEM BERTA: 22 mulheres / 30 total

MÃOS UNIDAS (ANTIGO ATERRO NORTE): 10 mulheres / 20 total

UT COOPERTINGA: 25 mulheres / 46 total

UT VILA PINTO - CEA BOM JESUS: 22 mulheres / 34 total

UT CAMPO DA TUCA: 14 mulheres / 29 total

UT CAVALHADA - ASCAT: 18 mulheres / 23 total

UT PADRE CACIQUE: 28 mulheres / 42 total

UT CHOCOLATÃO: 22 mulheres / 31 total

UT FREDERICO MENTZ: 9 mulheres / 15 total

UT PARAÍBA (MÃOS UNIDAS): 14 mulheres / 26 total

UT ANITAS: 15 mulheres / 24 total

UT LOMBA: 51 mulheres / 87 total

TOTAL: 16 UTs / 295 mulheres / 485 profissionais

Fonte: Levantamento realizado pela equipe de Embaixadoras do Lixo Zero Porto Alegre


Dia Internacional da Reciclagem

O Dia Internacional da Reciclagem foi instituído pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). É uma data de reflexão para as questões que envolvem o destino dos resíduos sólidos e sobre o trabalho dos catadores de materiais recicláveis - os reais agentes da reciclagem.

Refletir sobre a importância de fazer o descarte correto do que consumimos, é essencial já que o lixo se tornou um grande problema ambiental. Para que a reciclagem seja viável, o primeiro passo é não misturar os resíduos. A premissa básica da metodologia Lixo Zero é a separação dos resíduos em 3 frações: recicláveis, orgânicos e rejeitos.

Empresas envolvidas

Na capital, as ações do Instituto Lixo Zero Brasil são conduzidas por quatro empresas de impacto socioambiental: Nuvem Ambiental, Thays do Nascimento Marketing Verde, Ellta Ambiental e Saneamento e Ciclo Sem Lixo.


O Instituto Lixo Zero Brasil

O Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB) é uma organização civil e sem fins lucrativos que faz parte do Zero Waste International Alliance. Fundado em 2010, tem como objetivo disseminar o conceito de lixo zero e articular programas de conscientização, destacando a importância da certificação, reestruturação e controle sobre o lixo que produzimos.


Mulheres na reciclagem no país


Os dados de um estudo feito pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), em 2014, já apontava que 70% da mão de obra das usinas de reciclagem de lixo do país são de mulheres. Segundo o relatório, existem no Brasil cerca de 800 mil pessoas trabalhando no ramo da reciclagem. A maior parte das mulheres atua dentro das cooperativas, enquanto os homens estão mais presentes atuando como catadores. Vale mencionar que essa taxa coincide com o que ocorre em outros países, como Índia e Tailândia, onde elas também são maioria nesse segmento.

Ainda segundo o estudo do MNCR, os homens dominam o trabalho nas ruas - representam 72% dos trabalhadores. Entre as razões para esse fato, estaria a maior facilidade das mulheres de trabalhar em grupo e a própria segurança - uma vez que, nas ruas, recolhendo o lixo reciclável, elas ficam mais expostas a acidentes e à violência.


Com informações do site Terra e Jornal do Comércio

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