Leitores, editoras e livrarias encontraram uma forma de ajudar as vítimas do Rio Grande do Sul por meio de livros. As campanhas começaram após imagens de uma das livrarias mais tradicionais de Porto Alegre viralizarem nas redes sociais. A Livraria Taverna, localizada no térreo da Casa de Cultura Mário Quintana, foi inundada (foto). Um dos sócios, Ederson Lopes divulgou a situação da loja e criou uma campanha para reestruturar o local.
Arquivo Pessoal |
"A gente ergueu os livros só que todos os móveis estão embaixo d'água e como são de MDF, em contato com a água, eles não não resistem. Um prejuízo gigantesco. É muito triste, sabe? A quantidade de perdas que, não só a gente, mas que todo mundo em Porto Alegre e no interior do estado, está está tendo."
Na Universidade Federal de Santa Maria, referência para 40 municípios gaúchos, também houve danos no acervo dos livros da editora. Nesse caso, a ajuda vem de outra federal, a mais de 1.700 km de distância. A UFMG abriu uma conta exclusiva para receber as doações financeiras.
No Rio de Janeiro, praticamente uma biblioteca de doações foi construída. Professores jurídicos reuniram mais de 200 títulos para fazer uma rifa e arrecadar fundos. Até o momento, já são mais de 700 mil reais. O coordenador da campanha, o desembargador Willian Douglas explicou que a ação surgiu em um grupo online com mais de 600 participantes.
"Eu faço parte de um grupo que tinha 540 professores, agora está com 630 porque tem mais professor entrando, justamente dentro dessa campanha. Tem um professor do grupo, chamado Léo Castro, teve a ideia de juntar uns livros e fazer rifa. O grupo abraçou de uma forma extraordinária. Esses livros serão enviados por cada autor diretamente pra casa do do sorteado. E a gente está fazendo muita coisa boa."
Além de grandes doações, pequenas iniciativas também criam uma rede solidária. Débora Silva, da Bahia, que tem um perfil para falar de livros nas redes sociais, está concentrando doações para enviar ao Rio Grande do Sul.
"Na minha casa aqui no interior da Bahia, em Lajedinho, funciona como ponto de coleta. Eu separo por sessão, organizo, para enviar. O direcionamento está sendo feito através de outros influenciadores literários que eu conheço que moram no Rio Grande do Sul ou lá perto. Eu faço isso porque eu sou sobrevivente de uma enchente. Na época, eu tinha treze anos de idade e aconteceu aqui em Lajedinho em 2012. Eu percebi o quão importante e o quão válido é literalmente cada doação que a pessoa manda."
Em São Paulo, Belo Horizonte e em outras partes do país, editoras também revertem a venda de publicações em doações. No Mato Grosso do Sul e em São Paulo, universidades públicas estão arrecadando livros para doar às crianças gaúchas.
Fonte: CBN
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