Infelizmente, nem a aclamada atuação de Nicole Kidman (que lhe rendeu indicação para o Globo de Ouro e uma possível indicação para o Oscar) salva o filme da holandesa Halina Reijn, que é uma coleção de clichês, se torna maçante a cada minuto que passa e perde feio para outros "thrillers eróticos" da história do cinema. NOVE E MEIA SEMANAS DE AMOR, de 1986, por exemplo, dá de relho neste longa mal resolvido, mal escrito e mal dirigido. A história, fraca (mas que era uma boa promessa), é desconjuntada, com diálogos mal finalizados (ou nem isso) e não leva a lugar nenhum. Kidman, que é uma atriz fraca e sempre foi beneficiada pelos seus diretores e/ou companheiros de cena, atua razoavelmente, mas nada perto do que se anunciou pela crítica especializada. Estava muito melhor no filme análogo de Stanley Kubrick, DE OLHOS BEM FECHADOS, de 1999 - outro que dá uma surra.
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A paixão fetichista que vive com seu estagiário mais novo (o inglês Harris Dickinson, de TRIÂNGULO DA TRISTEZA) é um clichê. O dilema dela entre o trabalho e a família é clichê. O marido interpretado por Antonio Banderas, com um sotaque espanhol mais forte do que o normal (sei lá porquê), é outro clichê. Entre os escritórios da Broadway, o apartamento de luxo da família e a casa de campo nos arredores de Nova Iorque, é tudo previsível. Talvez os estudantes de arquitetura possam gostar.
Tem alguma coisa boa, Renato? Tem. Dois momentos regados a INXS e George Michael que são os pontos altos da película. De resto, não consegui ter paciência para anotar e lembrar de mais nada. E levei testemunha, que concordou totalmente comigo depois da sessão. Minha esposa.
Esses filmes presunçosos às vezes são que nem sexo: melhor mesmo é o papai e mamãe que a gente sai bem mais satisfeito....
Nota 4 - ainda bem que vi no GNC Cinemas, com conforto e qualidade de sempre! Olha a minha cara de decepção na foto ao lado.
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Renato Martins, jornalista, radialista, cinéfilo e professor, editor da Rede #AtitudePositiva e criador do projeto mulimídia #CenadeCinema.
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