Um novo e inédito sistema de monitoramento da qualidade do ar passa a funcionar em Porto Alegre, composto por seis estações (cinco fixas e uma móvel, esta na foto abaixo) que repassam informações em tempo real para uma plataforma de acesso público. O sistema reúne alta tecnologia, diversidade de dados e compartilhamento de informações em tempo real à disposição da população.
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Alexandro Sanchez/Smamus |
A rede fornece informações precisas e atualizadas sobre o nível de poluentes e dados meteorológicos num raio de aproximadamente dois quilômetros do local onde as estações estão instaladas. Os dados podem ser acessados neste link.
As estações foram instaladas em locais de alto fluxo de veículos, entrada e saída da cidade, bairros com risco de onda de calor identificados pelo Plano de Ação Climática e áreas com densidade populacional expressiva.
“Quanto mais dados em tempo real e com localização precisa tivermos, mais específicas podem ser as tomadas de decisão por parte dos gestores da cidade. Isto se traduz em qualidade de vida para a população e uma cidade mais resiliente, tanto a curto quanto a longo prazo” - Prefeito Sebastião Melo.
Os equipamentos têm capacidade para medir poluentes como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, entre outros (ver abaixo), e também apuram parâmetros meteorológicos de temperatura, pressão atmosférica, chuva, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento e radiação solar.
“Esses dados são fundamentais para qualificar nossas políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade do ar e à mitigação dos impactos causados pela poluição no meio ambiente e na saúde da população. A partir de agora, temos ferramentas para acompanhar as mudanças na qualidade do ar causadas por alterações nas emissões dos poluentes e, assim, poderemos planejar ações de controle e mitigação, além de avaliar a eficácia dessas ações”, explicou Bremm.
A contratação da empresa JCTM Comércio e Tecnologia Ltda ocorre por meio de licitação, pelo valor de R$ 2.949.999,84, com recursos do Fundo Municipal Pró-Defesa do Meio Ambiente. A empresa também é responsável pela operação e manutenção das estações, fornecimento de relatórios mensais e anuais de monitoramento da qualidade do ar. A iniciativa foi viabilizada pelo Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre.
Plano de Ação Climática
O monitoramento de qualidade do ar faz parte do Plano de Ação Climática, um conjunto de 30 ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), diminuindo os níveis de poluição, além de fortalecer a resiliência climática, preparando a cidade para eventos climáticos extremos. O objetivo é estabelecer medidas concretas com base no Inventário de emissões de GEE de Porto Alegre, realizado em 2019, que apontou que 67,7% dos poluentes estão concentrados no setor de transportes. O setor de energia estacionária (consumo diário das pessoas) somou 23% das emissões, seguido dos resíduos, com 8,8%, e de agricultura, florestas e uso do solo, com 0,5%.
“Considerando os resultados do inventário, o monitoramento da qualidade do ar, principalmente em locais com alto fluxo de veículos, irá auxiliar na elaboração de estratégias de redução e de ações de mitigação das emissões dos gases de efeito estufa. Estamos trabalhando para, até 2050, construir uma Porto Alegre de baixo carbono, adaptada aos impactos climáticos, justa e que proporcione conexão entre a população e os ecossistemas naturais e urbanos”, afirma a diretora de Projetos e Políticas de Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini.
Localização das estações de monitoramento de ar
Fixas:
- Estação Rodoviária - Largo Vespasiano Júlio Veppo, 70, Centro Histórico;
- Unidade de Saúde São Carlos (Terminal Antônio de Carvalho) - avenida Bento Gonçalves, 6.670, Agronomia;
- Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) - avenida Ipiranga, 5.311, Partenon;
- UPA Moacyr Scliar (Terminal Triângulo) - rua Jeronymo Zelmanovitz, 1, São Sebastião;
- Hospital da Restinga e Extremo-Sul - Estrada João Antônio da Silveira, 3.700, Restinga.
Móvel:
- Sede da Smamus - rua Luiz Voelcker, 55, Três Figueiras.
Poluentes monitorados:
- Partículas inaláveis finas (MP2,5): Partículas muito pequenas presentes na fumaça. Origem: queima de combustíveis, atividades industriais e poeira;
- Partículas inaláveis (MP10): Partículas de poeira, pólen e outras substâncias. Origem: construção civil, ressuspensão de poeira (quando o vento sopra partículas do solo para o ar) e fontes naturais;
- Ozônio (O₃): Gás incolor formado por reações químicas entre poluentes e luz solar. Mais comum em dias quentes e ensolarados;
- Dióxido de Nitrogênio (NO₂): Gás de coloração marrom-avermelhada. Origem: veículos automotores, processos industriais e usinas térmicas;
- Dióxido de Enxofre (SO₂): Gás incolor com odor forte. Origem: processos industriais, queima de combustíveis com enxofre e veículos diesel.
- Monóxido de Carbono (CO): Gás incolor e inodoro. Origem: queima incompleta de combustíveis, principalmente por veículos automotores.
Fonte: PMPA
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