A série CONGONHAS - TRAGÉDIA ANUNCIADA estreou no Netflix e está dividindo opiniões. Não sou especialista no assunto, mas achei que a série tem um linha interessante de colagem dos fatos, voltada para o público em geral. Mas não há nada de novo em especial na produção em si. Ela não traz fatos desconhecidos, apenas rememora o acidente do voo da TAM 3054 em 17 de julho de 2007, aquele que foi considerado o pior da história da aviação na América Latina.
Mas talvez jornalistas que estiveram naquela cobertura, aviadores e aficionados no assunto não vão gostar tanto.
Saiba mais depois da imagem.
Divulgação |
A série é dirigida pelo fluminense Angelo Defanti, cineaste e roteirista que já ganhou no ano passado o 7º Prêmio ABRA na categoria Melhor Roteiro de Comédia - Prêmio Paulo Gustavo pelo filme CLUBE DOS ANJOS. Ele conta que a ideia de documentar o acidente através de uma produção surgiu em 2016, quando visitou o memorial em homenagem às vítimas. “O memorial já estava depauperado, e isso me fez refletir sobre o acidente. Ali, na hora, liguei para minha irmã [a produtora Bárbara Defanti], com quem trabalho sempre, e disse que achava que havia uma história a ser contada.” A produção que anuncia uma "investigação" (mas não entrega, como vocês vão ler mais abaixo) sobre o acidente com o voo TAM JJ3054, que matou 199 pessoas, depois que o Airbus A320, que partiu de Porto Alegre no final da tarde daquele 17 de julho, com destino a São Paulo, não consguiu frear na pista de Congonhas e invadiu um prédio da própria TAM.
O que gostei: vozes conhecidas de apresentadores e repórteres da mídia tradicional, em relatos da época, reconstituem os fatos. A primeira voz que aparece é da jornalista Luci Jorge, com quem trabalhei na época do acidente, na Band. Como o voo saiu de Porto Alegre, obviamente há muitas referências aos gaúchos. O primeiro rosto conhecido a ser mostrado em depoimento é da historiadora Claudia Musa Fay, quem eu entrevistei várias vezes e admiro muito. Uma surpresa para mim (até fotografei a tela).
O que não gostei: a reconstituição digital do acidente é muito ruim e alguns erros de edição me incomodaram. Há também um clima de “teoria da conspiração” no roteiro, não explicitando os reais motivos do acidente, criando um suspense em torno do caos aéreo que o país vivia naquele momento. Quando, na verdade, segundo amigos especialistas em aviação como o Irineu Fernando Guarnier Filho, afirmam que o erro foi humano - e mais nada - como a causa do acidente.
Confira, de qualquer maneira vale como curiosidade.
Nota 6.
Confira também o bate papo de Renato Martins com o jornalista Irineu Guarnier Filho analisando profundamente a série da Netflix. Clique aqui para assistir e inscreva-se no Canal do Renato Martins.
renatomartins@redeatitudepositiva.com.br |
Renato Martins, jornalista, radialista, cinéfilo e professor, editor da Rede #AtitudePositiva e criador do projeto mulimídia #CenadeCinema.
Comentários