O chocolate é um dos alimentos mais populares do mundo. Além de ser uma tentação para muitos, o chocolate também pode trazer uma série de benefícios para a saúde e bem-estar, desde que consumido de forma consciente e com moderação pois ele também possui calorias e quantidades moderadas de açúcar.
O chocolate amargo, com 70 % de cacau pode reduzir os riscos de hipertensão e tromboembolismo venoso, segundo um estudo publicado em 2024 na Nature Scientific Reports, intitulado Dark chocolate intake and cardiovascular diseases: a Mendelian randomization study.
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"O cacau também é uma fonte de ferro (100g equivalem a 66 % da necessidade diária desse nutriente), importante para prevenir anemia e manter a energia elevada. Portanto, ao escolher o seu chocolate, lembre-se de optar por versões puras e com alta concentração de cacau para desfrutar de todos esses benefícios", fala Sandra Maria Fonseca, nutróloga na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
O chocolate é um alimento que gera muita discussão quando o assunto é saúde. O consumo em excesso pode levar a problemas como obesidade e diabetes, principalmente no caso do chocolate branco, onde a massa de cacau é substituída pela manteiga de cacau, tornando o mais calórico.
Por outro lado, o chocolate amargo contém flavonoides que podem trazer benefícios para a circulação, através do relaxamento das artérias, reduzindo a pressão arterial, embora esta redução seja leve e prevenindo a formação de placa de gordura nas artérias através da redução dos os níveis de colesterol total e LDL (o colesterol ruim) no sangue, pois contém antioxidantes de acordo com a nutróloga.
Benefícios do chocolate
Especialmente o chocolate amargo, é popular por ter o potencial de estimular no cérebro a produção de endorfina e serotonina , neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Portanto, aquela sensação boa que experimentamos ao saborear um pedaço de chocolate não é apenas imaginação - há ciência por trás disso!
"A substância responsável por essa sensação é o triptofano, presente no cacau, logo, quanto maior o teor de cacau no chocolate, mais triptofano ele possui. O organismo humano não consegue produzir esse aminoácido, porém, ele é importante para sintetizar a serotonina", explica Fonseca.
O chocolate também é rico em flavonoides, polifenóis e catequinas - substâncias presentes em outros alimentos como morango e mirtilo - que podem ter efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios no organismo. No entanto, é importante considerar que para obter os benefícios à saúde seria necessário consumir uma grande quantidade, o que seria prejudicial devido ao excesso de calorias.
"Portanto, é importante equilibrar o consumo de chocolate, optando por variedades mais saudáveis e moderando a quantidade ingerida. Assim, é possível desfrutar dos prazeres e benefícios sem comprometer a saúde", ressalta a nutróloga.
Diferenças entre os tipos de chocolate
Existem vários tipos de chocolate e cada um apresenta benefícios e desvantagens, sendo o consumo equilibrado nesse cenário muito importante. Veja os destacados pela nutróloga:
Chocolate 70% cacau: O chocolate amargo, tem teor mais alto de cacau, resultando em um sabor mais intenso e menos açúcar, consequentemente, seria o mais rico em nutrientes que fazem bem para a saúde e também é associado a benefícios para a saúde mental.
Chocolate meio amargo: possui de 35 a 50% de cacau e também pode trazer benefícios para a saúde mental, por meio do triptofano que ajuda na produção de serotonina pelo cérebro.
Chocolate ao leite: contém até 25% de cacau misturado com açúcar e leite, proporcionando um sabor mais doce e cremoso, ainda trazendo benefícios, porém com potenciais maiores de prejudicar a saúde caso o consumo seja excessivo, devido à quantidade de açúcar e portanto maior valor calórico.
Chocolate branco: diferente do chocolate comum, ele é produzido a partir da manteiga de cacau, sem conter os grãos que dão o sabor e benefícios do chocolate. Sua composição consiste em cerca de 8% de proteínas, 60% de carboidratos e 30% de gorduras.
"A moderação e uma dieta equilibrada são fundamentais ao desfrutar do chocolate. Escolher o chocolate escuro pode trazer benefícios, como melhoria no humor e redução do risco de hipertensão. No entanto, é importante estar atento ao teor de cacau, optando por opções com menos açúcar e gordura para obter os benefícios mais significativos. Ao apreciar o chocolate com responsabilidade, é possível usufruir de seus aspectos positivos para o bem-estar geral. Portanto, aproveite sem culpa, mas com moderação ", finaliza a especialista.
Dá para comer sem culpa?
Páscoa é época de celebração e reflexão, mas também de adoçar um pouco a vida com os deliciosos chocolates. Porém, este doce tão requisitado gera ainda muitas dúvidas e controvérsias em questão de saúde.
Segundo a Dra Érica Godinho Menezes, hepatologista e professora da UniBH / Inspirali, o chocolate, especialmente o amargo, com menor percentual de gordura e açúcares em sua composição e maior concentração em cacau (igual ou acima de 70%), quando consumido com moderação, pode satisfazer o paladar com seu sabor e aroma agradável e traz benefícios à saúde. “O consumo moderado pode trazer redução do estresse, promoção de estado de alerta e melhora do humor. Alguns componentes do chocolate, como a cafeína e teobromina, promovem efeito estimulante direto, enquanto outros benefícios indiretos sobre o humor podem ser secundários ao estímulo à secreção e liberação de serotonina e de endorfinas”, explica Érica.
O chocolate contém polifenóis e flavonoides em sua composição que, por sua ação antioxidante, acarreta benefícios múltiplos ao organismo. A médica explica que o produto possui também ação antiaging (com retardo do envelhecimento celular) e pode causar melhora da circulação sanguínea, contribuindo para a redução de algumas complicações cardiovasculares, além de benefícios à saúde da pele.
A sensação de bem-estar provocada pelo consumo de chocolate é causada pelas substâncias presentes no cacau, que atuam no sistema nervoso estimulando vias desencadeadoras de prazer. É o caso do estímulo à produção de serotonina, que é um neurotransmissor ligado à estabilização do humor e redução de estresse. “O triptofano contido no cacau pode ser utilizado para maior produção e liberação de serotonina, o que gera bem-estar. Outras substâncias ligadas à sensação de prazer e alegria também podem ter sua liberação estimulada pelo consumo de cacau, tais como as endorfinas, anandamida e feniletilamina. Além disso, componentes naturais do cacau, tais como teobromina e cafeína, ainda que em baixas concentrações, têm também efeito estimulante e energético”, complementa a hepatologista.
Porém, é preciso tomar cuidado com aqueles tipos de chocolate com maior percentual de gordura e de açúcares em sua composição e/ou ricos em aditivos tais como aromatizantes e gorduras vegetais, pois, segundo especialistas, quando consumidos em quantidade exagerada, podem acarretar prejuízos à saúde como diarreia, dor abdominal e transtornos do trato gastrointestinal.
Segundo o Dr. Marcelo Martins, médico cardiologista e professor da UniBH / Inspirali, o consumo excessivo de chocolate equivale a um consumo excessivo de açúcar e de gordura, e ambos podem trazer malefícios para a saúde. “O açúcar simples conta com alto teor energético e predispõe um risco para sobrepeso e obesidade e, como consequência mais distante, riscos também para aqueles pacientes que possam ter doenças que pioram o seu controle com o consumo excessivo de açúcar, como o diabetes ou até o desenvolvimento de diabetes muito associada à obesidade. Para pacientes diabéticos, o consumo excessivo pode ser particularmente nocivo, pois gera um descontrole glicêmico importante. Mas, mesmo para aqueles que não são diabéticos, é importante entender que esses produtos são industrializados e, mesmo que naturais, são enriquecidos em açúcar e ricos em gorduras. Além do ganho de peso, podem contribuir como fatores de risco para outras doenças como insuficiência cardíaca, hipertensão ou até um infarto”, exemplifica Dr Marcelo.
Portanto, com moderação, pode ser consumido por todos, e a média ideal pode variar de indivíduo para indivíduo, considerando-se suas condições prévias de saúde. “Pode-se considerar como média moderada para a população em geral um consumo que varia entre 20 a 30 gramas de chocolate por dia, um pouco maior ou menor dentro dessa faixa a depender da composição do chocolate e das condições individuais”, indica Dra Érica. A especialista explica que outros alimentos podem substituir o chocolate em questão de saciedade, como alimentos ricos em fibras, gorduras de melhor qualidade, proteínas, minerais e vitaminas, que aliviam a necessidade de consumo de doces. Alguns exemplos são frutas, frutas secas, iogurtes, alimentos oleaginosos, chips de frutas e/ou de cacau ou à base de oleaginosas, entre outros.
“Nenhum alimento individualmente ou em doses moderadas vai ser responsável pela derrocada e nem vai salvar a vida de ninguém. Uma dieta regular é algo que traz benefício quando feita ao longo de uma vida inteira. Esses benefícios só vão ser recebidos se mantivermos estes hábitos por muitos anos. Dieta não é igual remédio que atua especificamente em uma molécula do corpo com um objetivo muito claro. Dieta é um hábito de vida e só percebemos as consequências ao longo desta vida. Portanto, é possível sim aproveitar o chocolate de vez em quando, mas com moderação”, finaliza Dr Marcelo.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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