O Brasil registrou expressiva redução nas áreas atingidas por queimadas nos primeiros seis meses de 2025. De acordo com dados divulgados na última quarta (2), pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), houve queda de 65,8% na comparação com o mesmo período de 2024.
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Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Ao todo, o país passou de 3,1 milhões para cerca de 1 milhão de hectares queimados nos primeiros seis meses de 2025. As informações são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
FOCOS DE CALOR — Também houve forte redução no número de focos de calor, segundo o sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O país registrou 19.277 focos de janeiro a junho, o menor número desde 2018. A queda foi de 46,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram 35.938 focos.
“Prevenir e combater incêndios é prioridade absoluta do governo do presidente Lula, que no último ano trabalhou incansavelmente junto a estados, municípios, academia, setor privado e sociedade civil para implementar um modelo de governança do fogo à altura do desafio imposto pelo aquecimento global”, destacou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima).
A redução nas áreas queimadas e nos focos ocorreu em quatro dos seis biomas brasileiros e reflete tanto uma menor severidade da seca em 2025 como os esforços do Governo Federal em parceria com estados e municípios. "A mudança do clima tem como um de seus impactos a intensificação dos incêndios florestais. Temperaturas mais elevadas, menos precipitação e aumento da quantidade de dias consecutivos sem chuvas tornam a floresta mais suscetível à queima”, explicou Marina Silva.
BRIGADISTAS — Entre as medidas adotadas, está a contratação, em 2025, de 4.385 brigadistas federais. É o maior efetivo da história, com aumento de 26% em relação ao ano anterior. Também foi implementada a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2024. A nova lei fortalece a ação conjunta entre União, estados e municípios e amplia medidas de prevenção e controle de incêndios.
FUNDO AMAZÔNIA — Outro reforço veio com o apoio do Fundo Amazônia, que desde 2023 destinou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros nos nove estados da Amazônia Legal. Desse total, R$ 370 milhões já foram contratados. Cada estado recebeu projetos no valor de R$ 45 milhões, com exceção de Acre e de Rondônia, que receberam R$ 21 milhões e R$ 34 milhões, respectivamente.
HELICÓPTEROS — Em janeiro de 2025, o Ibama ganhou reforço na frota aérea: sete novos helicópteros foram contratados para apoiar operações de combate a incêndios. A nova frota aumentou em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% as horas de voo e em 133% a capacidade de lançamento de água.
ENCONTROS — O Governo Federal também promove encontros periódicos com especialistas de órgãos federais e da academia para analisar as projeções climáticas e o risco de incêndios para os próximos meses. Embora, na última reunião, realizada no fim de junho, as informações apresentadas indicaram que a seca e o perigo de fogo estão menos críticos em 2025 na comparação com o ano anterior, a situação ainda exige atenção e acompanhamento contínuo pelos governos federal, estaduais e municipais.
PANTANAL — O Pantanal apresentou o maior recuo proporcional nas áreas queimadas em 2025 (13,4 mil hectares), com queda de 97,8% em relação a 2024 (607,9 mil hectares). Nos focos de calor, a redução também foi expressiva: 97,6% de redução, com 86 pontos detectados no primeiro semestre de 2025, diante de 3,5 mil focos no período anterior.
AMAZÔNIA — A Amazônia teve o segundo melhor resultado em ambos os critérios. Houve redução de 75,4% nas áreas queimadas, que passaram de mais de 1 milhão para 247,9 mil hectares. Os focos de calor caíram 61,7%: foram 5.169 registros no primeiro semestre deste ano e 13.489 no mesmo período de 2024.
MATA ATLÂNTICA E CERRADO — A Mata Atlântica registrou declínio de 69,7% na área atingida pelo fogo (de 91,9 mil para 27,8 mil hectares) e de 33,3% nos focos de calor (de 3.927 para 2.619). No Cerrado, a área queima
da teve redução de 47%, com 724,6 mil hectares atingidos pelo fogo de janeiro a junho de 2025. No ciclo anterior, foram identificados 1,3 milhão de hectares queimados. O bioma sofreu redução de 33,1% em relação aos focos de calor no primeiro semestre de 2025 (8.854) na comparação com o primeiro semestre de 2024 (13.229).
PAMPA E CAATINGA — Os únicos biomas que apresentaram aumento nas áreas queimadas e nos focos de calor foram a Caatinga e o Pampa. Na Caatinga, as áreas queimadas saíram de 34.426 para 38.374 hectares. Os focos de calor foram de 1.632 no primeiro semestre de 2024 para 2.161 de janeiro a junho de 2025. No Pampa, as áreas comprometidas pelo fogo subiram de 7,1 mil para 11,5 mil nesse mesmo período. Já os focos de calor passaram de 123, no primeiro semestre de 2024, para 388 em 2025.
PRINCIPAIS AÇÕES — O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima preparou um compilado com as principais ações implementadas pelo Governo Federal para prevenir e combater os incêndios florestais para a temporada de 2025. Conheça:
Desde 2023, o Fundo Amazônia aprovou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros de nove estados da Amazônia Legal no combate a incêndios florestais. Destes, já foram contratados 370 milhões. São projetos no valor de R$ 45 milhões cada para Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins e de aproximadamente R$ 21 milhões e R$ 34 milhões para Acre e Rondônia.
Aprovação, pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA), do uso de recursos do Fundo para fortalecimento de ações de prevenção e combate a incêndios também no Cerrado e Pantanal. Apreciação, pela SubComissão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), de projeto para apoiar estados que abrangem os dois biomas (Mato Grosso do Sul, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal). No valor de R$ 150 milhões, o projeto foi apresentado ao Fundo Amazônia pelo Governo Federal.
Emprego de 4.385 brigadistas florestais federais em 2025: 2.600 do Ibama e 1.785 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o que representa aumento de 26% em relação a 2024 e o maior contingente da história.
Desde janeiro de 2025, houve quatro reuniões com especialistas de órgãos públicos e universidades para avaliar a situação climática e previsões futuras.
Promulgação da Lei nº 15.143/25, que cria mecanismos para fortalecer a resposta a incêndios florestais no país (junho de 2025).
Edital que prevê R$ 32 milhões do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para apoio a municípios prioritários na Amazônia e Pantanal na implementação de Planos de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (junho de 2025).
Conclusão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios do Pantanal para a temporada deste ano, elaborado entre o governo federal e os estados que abrigam o bioma (maio de 2025).
Retomada da Sala de Situação sobre Incêndios do governo federal, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais (maio de 2025).
Veiculação de campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais criminosos na Amazônia Legal voltada ao Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima, estados que mais sofreram com os incêndios no último ano.
Portaria declarando emergência por risco de incêndios (março de 2025): aponta áreas vulneráveis a incêndios em todo o país e os períodos de maior risco para viabilizar a contratação emergencial de brigadistas federais.
Publicação de Resolução com orientações para a elaboração dos Planos de Manejo Integrado do Fogo, que contêm diretrizes para ações de queimas prescritas e controladas e de prevenção e combate aos incêndios florestais (março de 2025).
Contratação de sete novos helicópteros para uso do Ibama em ações de combate aos incêndios florestais (janeiro de 2025): renovação da frota aumenta em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% a quantidade de horas de voo por ano e em 133% a capacidade de lançamento de água.
Implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2024, que estabelece a coordenação entre governo federal, estados, municípios, setor privado e sociedade civil para que o fogo seja empregado de forma controlada e consciente, com o objetivo de prevenir e combater incêndios, conservar ecossistemas e respeitar práticas tradicionais;
Assinatura, pelo presidente Lula, do Decreto nº 12.189, que aumenta as punições por incêndios florestais no país (setembro de 2025).
Fonte: Governo BR
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