FÉRIAS DE JULHO: Uma boa oportunidade para envolver as crianças nas tarefas da casa

As férias de julho mal começaram e alguns pais já estão de cabelo em pé diante da desordem da casa por causa da presença constante das crianças. O momento é de descanso e diversão, mas também pode ser uma excelente oportunidade para envolver os pequenos em tarefas do cotidiano, como a organização.

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Tarefas simples e que vão incluir a criança na rotina da casa podem começar pelo quarto infantil. Conversamos com três profissionais de organização que compartilharam suas dicas sobre o que realmente funciona para manter esse ambiente em ordem.

– Cesto, só com critério: O cesto costuma ser uma peça curinga para guardar os brinquedos, mas ele só funciona quando usado com inteligência, alertam as profissionais.

“Os cestos podem ser usados com eficácia, desde que haja um critério. Colocar todos os tipos de brinquedos misturados tem a finalidade de esconder a bagunça, mas não resolve”, explica a especialista em organização e qualidade de vida Elaine Gouvea. “A criança muitas vezes precisa do adulto para virar esse cesto, o que não contribui para a autonomia dela. Quando está tudo misturado, ela também não brinca por muito tempo, pois não consegue se concentrar e logo perde o interesse.”

Essa também é a opinião de Luciana Silveira, personal organizer da L’Harmonia Organização e Bem-Estar e autora do livro Como Criar Filhos Organizados e Independentes: Um Diálogo Sobre Organização e Rotina Familiar, em parceria com a psicóloga familiar Carol Bueno.

“Juntar todos os brinquedos em um único cesto não é organizar. Muitas famílias usam essa tática como forma de recolher os brinquedos espalhados pela casa, mas esse tipo de ação, na verdade, ensina a criança a esconder a bagunça e não a organizar”, afirma Luciana.

– Roupas acessíveis: As roupas costumam ser outro ponto sensível no quarto das crianças. Como elas crescem muito rápido, é preciso ajustar as peças para cada fase. “Indico separar por tamanhos, identificar com etiquetas e colocá-las em colmeias organizadoras”, diz Maria Paula.

As colmeias com divisórias criam uma “casinha” para cada peça, auxiliando os pais e a criança a devolverem a peça para o mesmo lugar no dia a dia.

Para Elaine Gouvea, é importante que o que for de uso diário esteja ao alcance da criança. “Uniformes, pijamas, peças íntimas, camisetas e bermudas são exemplos de categorias para facilitar a rotina dos pequenos”, ensina a personal.

Luciana Silveira vê essa tarefa como essencial na formação dos pequenos. “Para o pleno desenvolvimento da criança, é importante que ela tenha oportunidade de executar tarefas, praticar escolhas e conquistar autonomia. Por isso, o ideal é que ela tenha acesso aos próprios pertences”, opina. “As roupas que são do uso diário devem estar acessíveis, até para que a criança possa aprender como organizar e, conforme for crescendo, se torne responsável por guardar as próprias roupas em seu armário”, diz.

– Uma “casinha” para cada coisa: Uma boa ideia para começar a incluir os pequenos na rotina de organização da casa é mostrar de forma lúdica, sem broncas ou pressão, que cada coisa tem o seu lugar. “Sugiro que sejam instalados ganchos nas paredes para a criança acomodar a mochila quando chegar da escola. Quando as coisas têm onde morar, é maior a chance de elas serem guardadas no seu lugar do que de ficarem estacionadas em locais aleatórios da casa”, indica Luciana Silveira.

“Esse tipo de recurso também ajuda a educar a criança com o hábito de organizar e cuidar dos seus pertences.” O sistema de organização dos brinquedos também deve ser claro e intuitivo para a criança.

“Sugiro que sejam reunidos por semelhança, formando uma família de brinquedos de cada categoria, e então armazenados em organizadores adequados para o manuseio deles”, explica a profissional.

“Assim, a criança compreende que cada família de brinquedos tem sua ‘casinha’ para morar, o que facilita para elas entenderem a lógica da organização. É importante também que sejam acomodados em um local que a criança consiga acessar sozinha. Além de favorecer que ela mesma guarde os brinquedos, e crie o hábito de manter a ordem.”

– Abra mão da perfeição: É importante lembrar que crianças precisam ser ensinadas e respeitar o processo. “A organização é uma habilidade a ser desenvolvida. Logo, é responsabilidade dos adultos cuidadores criar as condições adequadas para que a criança desenvolva autonomia em todos os campos da vida – entre eles, o da organização. E, para isso, é fundamental que as pessoas adultas renunciem a duas coisas que são fatores impeditivos para o fazer da criança: perfeição e controle”, explica Luciana.

O processo não precisa ser dolorido para ninguém. “Crianças pequenas são naturalmente participativas e gostam de fazer as coisas que os adultos estão fazendo. Por isso, o melhor estímulo para o engajamento das crianças na organização dos espaços é permitir que elas façam junto, pois assim elas se sentem pertencentes, se apropriam dos seus espaços, compartilham a responsabilidade pelo cuidado com o lar e aprendem a importância da colaboração desde cedo.”

– Dê o exemplo: Elaine Gouvea entende que o processo de organização e inclusão precisa partir dos adultos. “As crianças que participam de atividades de organização junto com a família veem o quanto elas são difíceis e passam a valorizá-las.”

Fonte: Estado de S. Paulo


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