3 Efes, o novo filme de Gerbase

O cineasta gaúcho Carlos Gerbase já tinha falado sobre o seu novo filme na Bandnews FM, numa entrevista que fiz, e reproduzida aqui no Blog. Finalmente, agora acontece em 7 de dezembro a estréia nacional de “3 Efes” - é esse o nome do filme que ele fazia mistério. Gerbase ousou, sem grande elenco, e com lançamento simultâneo em quatro mídias diferentes: nos cinemas; na TV, na internet e em DVD. O longa-metragem ficará em cartaz nos cinemas apenas por 7 dias, em salas digitais. Até o momento estão confirmadas sessões em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. A distribuição é da Casa de Cinema de Porto Alegre, que, para a realização do filme, pela primeira vez se associou a outras produtoras gaúchas: Vortex, Regra Três, Low Filmes, Kiko Ferraz Studios e Maria Cultura, empresa de comunicação cultural.

O objetivo deste lançamento diferenciado é desafiar o padrão cronológico tradicional de exibição, que obedece a uma linha do tempo em que o espectador é inicialmente direcionado às salas de cinema, tendo que esperar vários meses caso prefira assistir em DVD, e mais um longo período para conferir pela TV. Desta forma, democratiza o acesso ao filme, propiciando que o público tenha a possibilidade de escolher o local e a forma que prefere utilizar para conhecer o trabalho. “Com a propagação do acesso à internet, não faz mais sentido tutelar o espectador a apenas um meio. Por isso, optamos por disseminar o ‘3 Efes’ nestas quatro mídias, permitindo que mais pessoas possam assisti-lo”, explica Gerbase.

Assim como o filme, produzido de uma forma bem diferente da tradicional, as ações de comunicação para o lançamento também serão inovadoras. A partir da segunda quinzena de novembro até a data da estréia, será possível conferir promoções e novidades relacionadas à divulgação de “3 Efes”. As atividades, criadas e desenvolvidas pela Maria Cultura, fazem uma referência ao enredo do longa-metragem, que apresenta a teoria de que a humanidade tem três apetites: a fome, o sexo e o fasma. O filme mostra como essa teoria, desenvolvida pelo fictício professor Valadares, funciona na prática.

Sinopse - “3 Efes" é uma comédia dramática que aborda as dificuldades – afetivas, financeiras e culturais – enfrentadas por um grupo de personagens que circula em torno de Sissi, uma jovem universitária que sustenta, a duras penas, o pai viúvo e o irmão pequeno. Nessa situação de dificuldade, Sissi recorre aos conselhos de sua tia, Martina, uma dona-de-casa entediada que, em meio a uma crise no seu casamento com o publicitário Rogério, fica irresistivelmente atraída por William, um simples catador de papel.

Rogério também está em apuros: sua última campanha publicitária deu errado, e agora ele precisa dar um jeito de salvar seu emprego – de qualquer jeito. Assim, sob todas essas pressões do cotidiano, os personagens acabam tomando importantes decisões que vão mudar muita coisa entre eles – e também provocar algumas situações inusitadas.

“3 Efes" constrói uma história com personagens de uma grande cidade brasileira, Porto Alegre, vivendo dilemas éticos comuns a muitas pessoas de qualquer canto do mundo: até onde se pode ir para manter um emprego ameaçado, sustentar uma família na fronteira da fome, ou dar vazão a desejos que a sociedade condena?

Filmando "3 Efes" - As filmagens aconteceram em 20 dias, entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007, em Porto Alegre. No elenco Cris Kessler (a estudante “Sissi”) e Paulo Rodrigues (o papeleiro “William”) fazem sua estréia no cinema. Ana Maria Mainieri (a prostituta “Giane”), já tinha atuado como protagonista num filme de Gerbase, “Tolerância”, além de ser a estrela de “Houve uma vez dois verões”, de Jorge Furtado. Felipe de Paula (o fotógrafo “Betinho”), Carla Cassapo (a dona-de-casa “Martina”), Leonardo Machado (o publicitário “Rogério”) e Fábio Rangel (o taxista “Heitor”) fizeram pequenos papéis em “Sal de Prata”. Artur Pinto já aparecera numa ponta de “O Homem que Copiava”, de Jorge Furtado. Júlio Andrade, por sua vez, presente em “O Homem que Copiava”, “Sal de Prata” e “Cão sem Dono” (de Beto Andrade e Renato Ciasca), faz uma pequena participação na cena final. Outra participação especialíssima é a do professor Aníbal Damasceno Ferreira, que interpreta o “Professor Valadares”, autor da teoria dos “3 Efes”.

A equipe básica presente no set era de apenas nove pessoas: diretor, assistente de direção, fotógrafo (que também atuava como câmera), técnico de som direto, microfonista, diretor de produção, diretora de arte, figurinista e maquiadora. Em algumas situações (quartos de motel, por exemplo), a equipe era ainda menor, por absoluta falta de espaço. "3 Efes" foi filmado com uma câmera mini-DV e um kit de luz portátil. O som direto foi gravado em fitas DAT.

As externas valorizam alguns cenários ainda pouco filmados da cidade de Porto Alegre, como a praça Europa (próxima ao Shopping Iguatemi), as ruas do bairro Menino Deus, a vila Planetário e a Cidade Baixa. Nas internas, o destaque é a utilização de cinco diferentes motéis, que colaboraram com a produção permitindo a permanência da equipe e do elenco do filme cobrando, por hora, apenas o preço básico para um casal. A única condição é que as filmagens acontecessem pela manhã ou à tarde.

O filme contou também com o apoio decisivo de vários restaurantes de Porto Alegre, como o Moeda (do Centro Cultural Santander), Birra & Pasta, Restaurante Marcos, Oriental Express, Calamares, Massolin de Fiori, Atelier das Massas e Charlie.

Notas sobre a produção - A realização de “3 Efes" partiu de uma premissa básica: o cinema brasileiro precisa de mais produções de baixo custo, em suporte digital, que, apesar das limitações orçamentárias, busquem o diálogo com o grande público. Para isso, o roteirista e diretor Carlos Gerbase escreveu um roteiro que valoriza ao máximo a dramaturgia e permite a criação de um discurso cinematográfico enxuto, mas com grande capacidade de comunicação. De certa forma, é uma volta à estética que marcou um momento importante na carreira de Gerbase: o seu primeiro longa em super-8, “Inverno” (1983).

Para a Casa de Cinema de Porto Alegre, é mais uma oportunidade de comprovar o excelente nível dos profissionais da área no Rio Grande do Sul: elenco e equipe técnica são formados exclusivamente por gaúchos. A produtora acredita que a diversidade de estratégias de realização é muito importante para que o cinema brasileiro amadureça ainda mais e conquiste fatias maiores do mercado.

Finalização e Música - Toda a montagem da imagem foi realizada em ilha de edição Final Cut Pro da Casa de Cinema de Porto Alegre, entre maio e outubro de 2007. A edição de som está sendo realizada no Kiko Ferraz Studios. A música é de Laura L e de sua banda "Músicas Intermináveis para Viagem". Parte da trilha foi retirada do seu CD de estréia, lançado em 2006, e parte foi especialmente composta.

Fonte:Sarah Goulart, assessoria de imprensa

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