Crise na Cultura

Estas denúncias envolvendo a LIC - Lei de Incentivo à Cultura no RS e o conselho estadual da cultura reacende a polêmica da necessidade de incentivos através de mecanismo públicos aos eventos culturais. Muita gente fez desses recursos mau uso, ou nem usou. Tem filme que nunca saiu. Outros projetos mal feitos, outros com prestação de contas erradas ou pelo menos imorais - como é o caso do filme Concerto Campestre, do diretor Henrique de Freitas Lima, cuja produção executiva do de Mariângela Grando, atual presidente do conselho referido acima. Ela teria comprado incenso, pera importada, pago uma multa e o IPVA e ainda o livro "Como lidar coma Raiva" e colocado os comprovantes dentro da prestação de contas para a LIC. É lamentável. Ainda está tudo na fase de acusações e bate-bocas, faltam provas, mas o rolo também fez a opinião pública se voltar para o conselho e seus mecanismos: até hoje, parece que os 24 conselheiros não se reportavam à ninguém. Agora é que o Tribunal de Contas vai pedir dados e números para verificar a lisura dos processos e a governadora gaúcha Yeda Crusius determinou uma auditoria. Antes tarde do que nunca. O conselho, às vezes, seja com que integrantes seja composto, parece estar acima do bem e do mal. A presidente do conselho disparou uma série de acusações contra a secretária da cultura do RS Mônica Leal e esta já contratou advogado para se defender e ao mesmo tempo processar Mariângela. Uma pena que tudo vire uma baixaria, e aí fica difícil da população saber exatamente o quê está acontecendo. Quem tem razão? Ninguém pode afirmar nada. Nem é prudente fazer isso.

O mais triste, é que precisou acontecer uma briga em clima de fofoca, com razões menores e pessoais, para se chegar à graves problemas públicos: vários processos da LIC estão atrasados, sem prestação de contas ou não homologados pela secretaria. Entre estes eventos, grandes marcos da cultura gaúcha como a Feira do Livro, Festa da Uva, Jornada da Literatura, Fetsival de Gramado, etc. Esses, por exemplo, entregaram suas prestações mas não receberam o valor devido porque a secretaria não homologou a documentação. Já outros projetos escancararam uma falta de organização, privilégio político ou crime mesmo: notas frias, pagamento a empresas inesxistentes, liberação de recurso acima do aprovado, etc. Um cenário vergonhoso para a nossa cultura. E tanta gente que tenta e não consegue os tais incentivos: pequenos produtores culturais lutam há anos por alguns trocados incentivados pela LIC ou mesmo pela Lei Roaunet. É só lamentável. Continuamos acompanhando.

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