A Experiência com o 3D

A boa notícia é que o cinema digital em 3D chegou finalmente em Porto Alegre, nas salas do Arteplex no Bourbon Country. De resto, não tem nem comparação com o IMAX 3D, por exemplo, que vai demorar pra chegar aqui (desculpem, não é querer ser nojento, mas tive o prazer em 2001 de assitir numa tela sensacional, curva, quase 180 graus). A tela é pequena, mas dizem que se sentar bem na frente, a sensação é de envolvimento. Eu não tive muita segurança, não, então fui pro fundo. O tradicional óculos incomoda um pouco, e se o filme é longo, pode dar até dor de cabeça. Como eu fui ver um show (apontado na resenha dos jornais como "documentário") do U2 em Buenos Aires, gravado em 2006, sem problemas. O U23D é uma baita experiência, muito mais musical do que cinematográfica! Há poucas oportunidades em que as dimensões façam a diferença na tela, mas o importante é que o filme se torna a única oportunidade de vivenciar a boa música do quarteto irlandês muito (mas muito mesmo) de perto. O bacana é ver a bateria de Larry Mullen de cima, onde dá pra distinguir cada prato e cada tambor em alturas diferentes. Bono Vox fica umas três vezes bem à frente, e por isso parece que está cantando pra gente. O talento do Edge fica evidenciada num show tão nítido como esse - o digital ajuda pra caramba o espectador a ver qualquer falha ou acerto do músico. Sutilezas. O Adam Clayton não faz nada demais, só toca - e bem. Os primeiros acordes de canções conhecidas como Vertigo, Sunday Bloody Sunday, With or Without e muitas outras são empolgantes. A platéia argentina ajuda a envolver. Até a bandeira do Brasil aparece. As mãos na frente do show enchem o saco, mas faz parte do 3D. Legal a parte em que vários braços erguem celulares e máquinas tentando clicar Bono. Dá pra enxergar o cara no palco e nas telinhas LCD dos aparelhos dos fãs. Enfim, um grande programa para quem gosta mais de música do que cinema. Se for o contrário, é arriscado.

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