Mamma Mia! Quanta besteira!

Confesso que estava com uma certa vontade de assistir Mamma Mia, mesmo tendo como protagonista a Regina Duarte americana: Meryl Streep. Ela não é o maior problema do filme, embora contribua em muito para a sua ruindade. A experiência foi horrível. Só não foi traumatizante porque já estou acostumado a me decepcionar. O filme é tão infantil que não decola, mesmo com atores bons como Colin Firth, carismáticos como Pierce Brosnan e revelações como Amanda Seyfried. A história da menina que une os três prováveis pais numa ilha grega para descobrir mais sobre o passado da mãe é uma sinfonia de besteiras, ingenuidades sem tamanho e cenas dantescas e descartáveis como seria uma continuação de Quem Vai Ficar com Mary?

Nada funciona. Ninguém convence. Uma cena que outra a gente esboça um sorriso. Meryl Streep, caricata e nervótica, é um personagem perdido no meio da "criação" do autor. Os coadjuvantes parecem estar pagando as prestações de seus carrões, como se obrigados a fazer o filme. O script do filme navega pela linha mais pueril da narrativa mas que tinha tudo para ser uma grande comédia. Acaba virando um show de horrores. Se fosse só isso, tudo bem. Mas, infelizmente, tem mais.

A idéia de incluir a trilha sonora do grupo sueco ABBA na trilha, interpretada por alguns dos atores, é de jerico. Coitado dos suecos. Se algum deles estivesse lúcido, não deixava isso acontecer. Aliás, o melhor do filme são as músicas, reproduzidas quase todas em seus arranjos originais, deixando para que o ator da cena cantasse a canção. O clima brega/dance/pop/romântico do ABBA ajuda o filme. Bota pra cima. Mas Meryl Streep assassina algumas partituras e Pierce Brosnan ganha a estatueta de "taquara rachada" ao cantar a música "SOS", jogando sua credibilidade e boa parte de sua carreira de ator pela janela.

Enfim, não queria estragar o programa de ninguém, mas o filme é muito ruim. Sinceramente, esperava algo bem mais divertido, sarcástico, interessante. Virou chavão e um longa de terceira categoria aproveitador da obra do ABBA. Um show de karaokê (que na trilha original em CD não fica tão evidenciado) para incautos. O melhor momento - ou menos pior - é a sequência romântica entre Streep e Brosnan ao som de "The Winner Takes it All". Penso que nem fãs do grupo vão gostar. E os fãs de Pierce, cuidem-se, poderão decepcionar-se e trocar de clube.

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