Agora vai: "Manhã Transfigurada" nos cinemas

O escritor gaúcho Luiz Antônio Assis Brasil tem várias obras para serem vertidas para a tela grande. Há diversas delas em andamento, e até agora somente dois títulos tinham chegado aos cinemas: A Paixão de Jacobina, de 2002, um terrível filme realizado por Fábio Barreto baseado no livro "Videiras de Cristal" foi o primeiro. Até hoje lembro do rosto constrangido de Assis ao sair da sessão fechada em Gramado, na serra gaúcha, onde o longa foi exibido fora de concurso. Depois veio Concerto Campestre, de 2004, uma duvidosa produção gaúcha com bela intenção, mas com dificuldades de realização do diretor Henrique de Freitas Lima. A terceira adaptação chega cinco anos depois e já estreou no eixo Rio-São Paulo e, estranhamente, longe de onde surgiu Manhã Transfigurada: do interior do Rio Grande do Sul.

Capitaneado pelo primo do escritor, Sérgio de Assis Brasil, a produção baseada no quarto livro do autor demorou mais de sete anos para ser concluída. Sérgio é primo de Luiz Antônio ("para parente não dá para negar o direito de adaptar um livro da gente", ouvi de Assis) e não viu sua obra acabada. Faleceu em 2007, na cidade de Santa Maria, centro do estado gaúcho, onde filmou boa parte da história. A vantagem para o filme é que ele chega aos cinemas com um nome conhecido e televisivo: Manuela do Monte, de 24 anos, é uma antiga dos fãs de novela. Quando começou o projeto, era uma desconhecida. O filme não tinha sido terminado e ela fez sua estreia na TV na minissérie “A casa das Sete Mulheres” e desde então participou de várias produções, como “Malhação”, “Páginas da vida” e a recente novela “Paraíso”.

“Eu adoro ele, foi um grande amigo, me ajudou muito. É uma tristeza não estar com a gente”, lamenta Manuela, que foi escolhida para ser a protagonista. O enredo conta a história da romântica Camila (Manuela), que tem de se casar com um homem que não ama. Na noite de núpcias, ao ouvir grosserias do marido, acaba confessando que não é mais virgem. Como punição, é condenada a ficar presa na própria casa, até que o casamento seja anulado. Entediada, ela decide seduzir um inocente sacristão chamado Bernardo (Rafael Sieg). “Ela beira a insanidade. Ela é uma mulher que teve seus desejos muito reprimidos”, conta Manoela. Tomara que desta vez o escritor não saia constrangido da sala de cinema.

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