A crítica de "Brothers", em cartaz nos cinemas

Com um pouco de atraso, conferi Brothers, refilmagem do alemão de mesmo nome, que os produtores americanos resolveram copiar descaradamente. A premissa é interessantíssima: um militar do exército americano (Tobey Maguire) vai numa missão no Afeganistão e é dado como morto. Sua esposa (Natalie Portman) convive com a viuvez consolada pelo cunhado (Jack Gylenhall), até que os dois acabam se envolvendo afetivamente. Quando tudo parece seguir o seu rumo natural, o marido volta do campo de batalha vivo - e com sérios traumas da guerra. Maguire está muito bem no papel de ex-combatente fora da casinha. Tanto física quanto interpretativamente, seu personagem é o melhor e o mais bem trabalhado. Portman está muito discreta, num papel que realmente não lhe cabe muito mais do que vemos na tela. Mas ela podia se esforçar por algo a mais. Tentar um improviso, discutir com o diretor, sei lá, e sair do comodismo. Mas não. Ficou flat total durante a trama toda. Em compensação, está mais linda do que nunca. A garotinha de O Profissional, de 1994  e que se lançava para Timothy Hutton em Brincando de Seduzir, de 1996, cresceu e está sublime. Ela brilha no escuro, em várias das cenas penumbráticas do longa.

Gylenhall, por sua vez, não disse a que veio. Ficou também no papel chavão, do cunhado bebum, encrenqueiro, e que sai da cadeia tentando se reintegrar à família e à sociedade. É o digno cafajeste - e que elas adoram. Mas nem aqui ele conseguiu convencer. Parece até que saiu da barraca de O Segredo de Brokeback Mountain, depois de um namorinho com Heth Ledger, e entrou na história de Brothers. Meio tosco, meio fora do contexto. Não parece que ele se esforça, inclusive, como a gente vê com alguns atores que estão mal no papel mas notamos que eles estão lutando contra o fracasso total. Enfim, o elenco é a parte fraca deste filme, que tinha tudo a ganhar com um argumento criativo. O desenrolar dos fatos não garante um espetáculo, mas funciona dentro da sua lógica. De Jim Sheridan, o mesmo diretor de Em Nome do Pai e Meu Pé Esquerdo. Nota 6,5.

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