Sou neutro, mas torço pro Inter!

 Mais uma vez, nessas últimas semanas, o sentimento esportivo se revelou em minha alma. Repito algo que já coloquei aqui ao final da Copa e tenho tuitado seguidamente: estou ficando velho e gostando cada vez mais de futebol. Claro que sou um admirador oportunista e gosto mais de decisões. Mas mesmo assim, minha curiosidade sobre o funcionamento dos times, as escalações, trocas de técnicos, regras de campeonatos e passagens históricas e interessantes tem pautado muito o meu interesse. Posso dizer que entendo - ou conheço - uns 70% a mais do conhecia antes de futebol. É  bem claro que só saberei citar jogadores da mais recente escalação da Seleção Brasileira desta última copa, e no máximo, mais um grupo de 10 a 15 jogadores históricos do nosso escrete canarinho. O próprio Dunga, Falcão, Ronaldinho (os gaúchos são mais óbvios, claro), Tostão, Pelé, Roberto Dinamite (sei lá porque eu lembro desse nome), Ronaldo, Romário, Toninho Cerezzo, Branco, Garrincha (esse foi chute, mas deve ter sim jogado na selação!) e alguns outros. É assim que eu raciocino, sem nenhuma ordem cronológica ou alinhamento por gerações ou qualidade dos atletas. É a falta de conhecimento mesmo.

Em se tratando de Internacional, o raciocínio é o mesmo. Lembro muito de Figueroa, e ouvi falar em Valdomiro, Claudiomiro e mais alguns. E Falcão, é claro. Mais recentemente lembro do Nilmar, que deixou saudade no Beira-Rio. Este é o meu time porque meu pai era colorado, e nada fanático, como eu, mas com um pouco mais de dedicação e informação do que eu. Lembro de almofadadas vermelhas que ele tinha para ir ao estádio. Porém, dos 40 anos que convivi com ele, não lembro de sequer uma vez ele rumar para o Beira-Rio para ver algum jogo. Minha mãe, gremista sei lá porque, não sabe nem que a bola é redonda. Ela me dá o salva-guarda para espalhar por aí que "sou neutro". Isso irrita e provoca as pessoas, pois no Rio Grande do Sul "não pode haver ninguém neutro". Todo mundo ou é chimango ou é maragato. Vermelho ou azul. Zona sul ou zona norte. PT ou anti-PT.

Há uma boa parcela de verdade na neutralidade, pois realmente torço para o Grêmio quando ele está numa competição que o Inter não está. Se os dois estiverem juntos, sempre ficarei com o colorado. Mas do contrário, estou torcendo para o estado - e isso não é papo demagógico. É duro de acreditar, tem gente que fica indignada com isso, inclusive. Mas vou fazer o quê, o fato da dupla Gre-Nal avançar nos campeonatos também reflete no meu dia-a-dia, no meu trabalho na Band. Se os dois times estão em alta, significa também mais audiência, mais assunto nos programas, mais oportunidades, mais negócios. Infelizmente, atualmente a tal gangorra está funcionando bastante no sul e o Grêmio não vive um bom momento, enquanto o Internacional acaba de ganhar o bi da América.

Tudo isso para dizer que a última quarta-feira foi realmente histórica e emocionante. Inter e Chivas, pela final da Libertadores, no estádfio Beira-Rio, foi uma partida cheia de sustos e glórias. O gol do Chivas, aos 43’ do primeiro tempo foi um susto e tanto. Não há colorado que não tenha pen sado: “puxa, e se a gente perder?” O segundo tempo e a glória colorada reinou, com Sobis, Damião e Giuliano e consagrou Celso Roth, que já saiu de campo – e do clube - em outros anos sob o grito da torcida “burro, burro” e agora mais de 60 mil torcedores tiveram que engolir os xingamentos passados para festejar o título. E colocar seu treinador no lugar certo.

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