Iniciativa empreendedora é debatida no 29º Fórum da Liberdade

Foto de Fernando Conrado
A discussão sobre o cenário para empreender no Brasil também esteve presente na programação do Fórum da Liberdade 2016, no painel Competição e Atividade Empresarial. O debate contou com a participação do presidente do Sebrae Nacional Guilherme Afif; do empresário Alexandre Birman; e do filósofo Stephen Hicks. A mediação do painel foi realizada pelo diretor Financeiro do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Mauro Zaffari.

O empresário e diretor-presidente da Arezzo, Alexandre Birman, apresentou os diferenciais do seu grupo - que engloba as marcas Arezzo, Schutz, Alexandre Birman, Anacapri e Fiever - para manter-se competitivo e inovando, mesmo em um período de crise. A companhia, que vendeu em 2015 mais de 10,4 mi de pares de sapatos e mais de 897 mil bolsas, credita na inovação um importante pilar de desenvolvimento. “A Schutz foi a primeira marca no Brasil a criar um perfil no Instagram, esta é uma referência fundamental em um mercado tão concorrido como o atual”, relata Birman.

O empresário afirma que o E-commerce é uma grande tendência no mercado e investe neste segmento desde 2011. “Logo que iniciamos este negócio, faturamos R$ 1 milhão no primeiro ano. A meta para 2016 é lucrar, aproximadamente, R$ 100 milhões”, discorreu. A empresa levou, em 2012, uma loja da Schutz para Nova Iorque, com um aluguel superior a 1 milhão de dólares por ano. “Com o crescimento, a companhia pode inovar e expandir ideias. No fim deste mês, inauguraremos outra loja nos Estados Unidos, em Bervely Hills”, informou.

Pleno defensor da micro e pequena empresa, o presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif, possui
em seu currículo uma história de luta pela classe. “Foi em 1984, durante o Congresso Nacional da Pequena Empresa, que estruturamos e geramos o Estatuto da Pequena Empresa”, disse. Em 1989, Afif concorreu a presidência da República, pelo Partido Liberal (PL), e conquistou mais de três milhões de votos: “Não sou neoliberal, sou Liberal, acredito no livre mercado e na livre iniciativa. Minha bandeira para concorrer a presidência foi o empreendedorismo”.

Direcionando-se para os jovens presentes na plateia, Afif foi conciso ao fazer um apelo. “O futuro daqueles que não apreciam a política é obedecer aos que gostam, por isso destaco a importância da juventude assumir o protagonismo”, discorreu, complementando que democracia política só se sustenta, mediante democracia econômica. Para finalizar, o responsável por conduzir a criação do Micro Empreendedor Individual (MEI) reiterou que o sonho do brasileiro, atualmente, é ser dono do seu próprio negócio, mesmo que este seja micro ou pequeno. “39% da população brasileira está ligada ao empreendedorismo, e este é um alto índice”, concluiu.

Coube ao filósofo e professor na Rockford University, Stephen Hicks, buscar explicações práticas para justificar o cenário conturbado da economia brasileira e latino-americana. “A variação entre o país com a maior produção de riqueza na América Latina é muito grande comparado aos Estados Unidos e Canadá. Enquanto o Uruguai, que desenvolveu-se bastante nos últimos anos, produz 16,8 mil dólares per capta, o Estados Unidos desenvolve 54,6 mil dólares per capta”, caracterizou. Hicks relata que isso não se dá por recursos naturais, onde a América Latina predomina, nem pela idade das populações. “A liberdade econômica é uma hipótese prática. Aqueles no topo do ranking de liberdade econômica também lideram a lista de países mais ricos. O mesmo fenômeno ocorre com os países latinos que ficam muito abaixo no estudo”, relatou.

O filósofo atribui à corrupção também a culpa pelo não desenvolvimento dos países, e diz que quanto maior a sujeira na política, mais pobre o país é. “Damos poderes para os políticos, e em muitas vezes estes representantes abusam do poder. Não existe qualquer motivo para tal, é uma traição com a população”, abordou. Para concluir, Hicks criticou os intelectuais latinos, responsáveis por formarem advogados, médicos, jornalistas, e demais profissões. “Quando os jovens pensam no que querem ser, eles imaginam exemplos. Na América do Norte, é vinculada a imagem de Steve Jobs, enquanto na América Latina a de Che Guevara”, finalizou.

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