Nessa época tem muita notícia boa. O problema é no resto do ano


Não sei se todo mundo tem a dimensão do quão difícil é pesquisar notícias positivas para a nossa plataforma multimídia do #AtitudePositiva. Quando comecei esta luta em 2012, sabia que seria nadar contra a maré, mas foi mais recentemente que, ao produzir posts diários e gravação de 4 ou 5 gravações semanais em áudio, é que senti a dificuldade de achar pautas construtivas e transformadoras. Não é porque o mundo não produz notícia boa: é porque temos uma tendência a não repercutir, não compartilhar e nem ter o interesse de ler informações construtivas ou transformadoras, como prega a nossa linha editorial de jornalismo de soluções.


Pois bem: nessa época natalina é a mais fácil de ler notícias positivas. Passeio pelos sites, folheio jornais e nas redes sociais todo mundo compartilha um monte de coisa bacana. Tivemos neste sábado que passou, por exemplo, o Lance de Craque organizado pelo jogador D'Alessandro, no estádio Beira Rio, um jogo de futebol tradicional que todos os anos reverte sua renda para instituições beneficentes. Também neste fim de semana tivemos mais uma edição dos Cozinheiros do Bem, em Porto Alegre, que realizaram um grande almoço de natal ao ar livre com mais de 600 quilos de assados e 2500 panetones, para serem distribuídos para moradores de rua. Esta ação social acontece desde 2015 e já está virando uma marca no RS.

Portanto, estamos num período fértil de solidariedade e amor ao próximo. Por isso é mais fácil vermos manchetes bonitas e otimistas. O problema é no resto do ano: há uma grande escassez de notícias consideradas boas, ou seja, realmente construtivas, transformadoras, significativas e não apenas “notícias queridinhas” (que o jornalismo americano chama de “fluffy news”, a notícia fofinha). Aí é preciso muita pesquisa e um trabalho de conscientização que temos feito, com o #AtitudePositiva, de provocar a sociedade para que conte mais suas próprias histórias de conquistas, vitórias, realizações, avanços, ou seja, aposte nós próprios feitos, na divulgação das iniciativas positivas produzidas por empresas, instituições, poderes, pessoas, celebridades, anônimos, ONGs, entidades públicas e privadas, para que a mídia possa distribuir mais ainda essas informações.

O desafio é fazermos isso fora do período Natalino, onde tudo parece muito lindo com as árvores, as luzes e o papai Noel em todos os lugares. Passados os festejos, é comum voltarmos à rotina diária, às loucuras do nosso dia a dia e esquecemos de valorizar as nossas conquistas e vitórias na saúde, ciência, tecnologia, educação, economia, empreendedorismo, cultura e em outros tantos segmentos que a sociedade produz iniciativas de sucesso. Penso que temos que aprender a valorizar mais nossas próprias metas alcançadas, divulgando, repercutindo, contagiando e espalhando sementes de motivação e incentivo para seguirmos adiante nossos caminhos. Pois sim, existem muitas coisas legais em nosso mundo. O que falta é a disposição para todos nós enxergá-las e enaltecê-las. (Renato Martins)        

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