Primeira missão espacial de 2020 foi com equipe feminina


Mulheres no espaço! Cada vez mais em pé de igualdade com o mundo masculino, as mulheres astronautas estão tomando seus assentos e ocupando as naves da NASA. A agência americana anunciou que a primeira missão deste ano foi realizada esta semana com equipe feminina, com as astronautas Jessica Meir e Christina Koch que já tinham sido as protagonistas de uma primeira viagem especial em outubro passado, somente com tripulantes mulheres.

A operação de seis horas e meia consistiu em deixar a Estação Espacial Internacional para substituir baterias solares do lado de fora. O circuito começou no dia 15 e encerra esta semana. Essa foi a terceira missão na carreira de Meir e a sexta na de Koch.

Se a troca de bateria funcionar como planejado nos próximos dias de monitoramento, a NASA vai enviar os astronautas Andrew Morgan e Luca Parmitano, da Agência Espacial Européia, para finalizar a instalação do Alpha Magnetic Spectrometer’s (AMS) um novo dispositivo de resfriamento para as matrizes lá no alto.

Uma viagem como esta tem cerca de seis meses de planejamento e marca uma mudança de pensamento lógico nos corredores da Nasa: até mesmos os uniformes têm que ser adaptados para as mulheres, com tamanhos menores dos que os homens. Recentemente, umas astronautas teve que ser trocada por um homem antes de uma viagem espacial, porque só havia uniformes tamanho G.

A primeira mulher a ir ao espaço foi a cosmonauta russa Valentina Tereshkova, em 1963, na nave VOSTOK 6. Mas Depois disso, as mulheres só voltaram a integrar missões espaciais nos anos 80. Em julho de 2016, das 537 pessoas que haviam viajado ao espaço, 61 eram mulheres. As astronautas são de várias nacionalidades diferentes, mas o Brasil ainda não tem representante. A engenheira aeroespacial formada pela Universidade de Brasília, Ana Paula Castro de Paula Nunes, 27 anos, poderá ser a primeira mulher astronauta brasileira. Ela foi selecionada para participar de uma missão simulada da Agência Espacial Europeia (ESA). Dos seis jovens escolhidos, entre profissionais de várias nacionalidades, cinco são mulheres.

Atualmente, Ana Paula faz mestrado em Direito Espacial pela Beihang University, na China. “Gosto do espaço porque ele me dá uma perspectiva muito realista e ampla sobre nossa vida aqui na Terra. Ser uma astronauta de simulação vai me permitir experimentar como é viver na Lua ou em Marte, de um ângulo muito realista”.

“Espero poder participar desse projeto e trazer oportunidades para futuros estudantes ou jovens profissionais no setor aeroespacial do Brasil, mostrando que eles também podem fazer parte de grandes projetos”, completou.

A missão para a qual Ana Paula foi selecionada é a segunda campanha do projeto EuroMoonMars in Hi-Sea, da Agência Espacial Europeia, local onde alguns astronautas da Nasa, agência espacial norte-americana, também treinam para suas missões. A etapa de simulação será realizada no deserto do Havaí, durante duas semanas, em dezembro.

A equipe deve se reunir na Holanda para workshops e treinamentos e, no dia 5 de dezembro, se encontra novamente no Havaí para o último treinamento. A partir de 9 de dezembro, por duas semanas, eles passam a vivenciar uma espécie de missão lunar simulada.

“Isso quer dizer viver como astronauta, comer comida de astronauta, deixar o habitat só com traje espacial para atividade extra veicular e realizar vários experimentos científicos. Nós vamos fazer alguns estudos abordando fatores psicológicos em um habitat lunar. Por exemplo, ficar isolado, interagindo apenas com seis pessoas, falta de ar fresco, banhos curtos, além de outros fatores.”

As mulheres enfrentam muitos dos mesmos desafios dos homens: dificuldades físicas por condições não terrestres e estresse psicológico por causa da isolação e separação. Estudos científicos em anfíbios femininos e mamíferos não humanos geralmente não apresentam algum efeito adverso por missões curtas.

Comentários