Pais e filhos superam dificuldades para poder estudar remoto no Brasil

Enquanto os governos correm para fornecer internet de qualidade e gratuita para as famílias mais pobres e nas regiões rurais, para que os estudantes possam estudar on-line, as famílias se superam em todo o Brasil. Nesta semana repercutiu a história do menino Alan, do município de Estrela Velha, na região central do Rio Grande do Sul. Lá, boa parte dos alunos da rede pública não consegue assistir às aulas remotas em casa por causa do fraco sinal de internet, especialmente na área rural.

A criatividade dos pais de Alan fez com que pudessem montar uma sala de aula improvisada dentro da lavoura de soja, onde a conexão funciona melhor. Os agricultores Odilésio e Dejanira Somavilla, superaram a dificuldade e armaram uma barraca que protege o garoto da chuva e do frio. 

A diretora da escola, que emprestou uma mesa e cadeira do tipo colegial para a Alan estudar, disse que tem aluno que escala árvore, outro que sobe o morro, mais outro que pega o wifi emprestado do vizinho. Como consequência da notícia, a família Somavilla recebeu de empresários a doação de equipamento e mais velocidade no serviço de internet, e com isso o menino não precisa ir para o meio da lavoura.

Algo semelhante aconteceu em outro município gaúcho, em União da Serra, com o adolescente Jean Carlo subindo o morro diariamente para poder chegar num local onde conseguia conectar as suas aulas, a um quilômetro de sua casa. O smartphone foi comprado pelo pai que nem sabe ler nem escrever, para  para permitir o acesso ao conteúdo da escola. 

Pai fez cabana de palha na mata para filho assistir a aulas online no Piauí — Foto: Reprodução/TV Clube
O menino José Caique, no Piauí. Foto reprodução/TV Clube/G1


No outro lado do Brasil, no Piauí, José Caique, de 13 anos, montou um lugar de estudos dentro de uma barraca de palha no meio da mata, no único lugar com internet acessível na zona rural de Olho D'Água,  a 95 km de Teresina. Caique pedala todos os dias cerca de 500 metros de casa até o local onde seu pai organizou para poder fazer as chamadas de vídeo com os professores.

Para os universitários, somente em agosto é que o governo brasileiro deu a boa notícia, mas ela chegou: o Ministério da Educação anunciou um programa de fornecimento de dados de internet para que estudantes de baixa renda de universidades e institutos federais acompanhem o ensino a distância. São  400 mil alunos de 25 universidades e 16 institutos federais que retomaram o ensino de forma remota, até 31 de dezembro, data que pode ser revista se perdurar a pandemia do Coronavírus. 

Com informações dos sites GZH, G1 e Estado de SP

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