Cinemas, teatros e shows musicais são autorizados em todo o Brasil

A saudade da sala de cinema e de curtir um show musical é grande: a pesquisa do Itaú Cultural e Instituto Datafolha mostrou que 66% dos brasileiros querem fazer alguma atividade cultural após a flexibilização no setor. Filmes, shows, atividades infantis, biblioteca e centros culturais estão, nesta ordem, nas prioridades de 1521 pessoas que foram consultadas por telefone.


Foto Pixabay

A retomada das ações presenciais poderá tirar a força dos projetos online? "Temos de expandir a capacidade do uso computacional. Não é só transmitir um show pela internet. É usar desse mundo da web para desenvolver atividades conjuntas com o mundo presencial. Como uma câmera vai para dentro do palco? Como fazer com que pessoas deficientes tenham acesso também pelo mundo computacional?", diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural durante uma reunião virtual para apresentar o projeto aos jornalistas.

O cinema é a atividade com a maior demanda para uma reabertura. Seu consumo reponde às vontades de 44% de intenção no total da amostra. Uma parcela de 58% dos entrevistados foi ao cinema nos últimos 12 meses. Uma regra vale para todos os casos: os entrevistados que informaram ter realizado alguma atividade nos últimos 12 meses são também os que mais manifestaram intenção de voltar a frequentar tal atividade, com destaque para saraus, bibliotecas, circo, dança, teatro e centros culturais.

O medo do contágio também é exposto na pesquisa: exatos 39% dos entrevistados que indicaram pelo menos uma atividade que pretendem realizar após a reabertura informam que poderiam realizá-la em locais fechados. Mas 84% dos respondentes só voltariam a consumir cultura se ela ocorressem em locais abertos. De todos os pesquisados, 17% afirmam que só se sentirão seguros depois da descoberta de uma vacina. Outro reflexo interessante indica uma regionalização do consumo cultural, o que viria a ser uma mudança pontual de um novo comportamento.

Aos poucos, grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro estão recebendo liberação para este tipo de atividade, mas com protocolos rígidos de segurança sanitária, como a venda limitada de ingressos em 60% das entradas. Adesivos no chão sinalizam a distância segura entre as pessoas. O uso da máscara é obrigatório, inclusive dentro da sala, onde diversas cadeiras não podem ser usadas. O intervalo entre as sessões aumenta, para dar tempo de higienizar e organizar tudo.

A reabertura do setor cultural é importante porque reforça o recomeço de um segmento que funciona como uma indústria: no caso do cinema, o filme é o produto final. Mas a linha de produção da sétima arte começa muitos anos antes e está há muitos meses parada. No Brasil, o setor audiovisual gera 92 mil empregos diretos, e com os indiretos, o total é o dobro de profissionais.

No Rio de Janeiro, os estabelecimentos devem funcionar com capacidade de 50% e o consumo de bebidas e comidas nas salas ainda segue proibido. Museus, galerias de artes, parques de diversão, bibliotecas, centros culturais, cursos profissionalizantes e de capacitação também já voltaram a ser oferecidos de forma presencial no Rio, sempre respeitando os critérios de segurança e distanciamento. 

Neste fim de semana, foi a vez do Rio Grande do Sul liberar eventos sociais e corporativos, teatros, cinemas e feiras empresariais, com 30% da capacidade. A regra vale para cidades que estão em bandeiras laranja ou amarela pelo menos por duas semanas e que já tenham retomado as aulas de Educação Infantil.

O decreto publicado no Diário Oficial do Estado informa que estão liberados os eventos realizados em locais como teatros, casas de shows, circos e casas de espetáculos e os eventos corporativos, como feiras e exposições e seminários, congressos e convenções.

As liberações chegam no momento da melhora de indicadores utilizados para o modelo de Distanciamento Controlado. Nas últimas duas semanas, o número de novos registros semanais de hospitalizações por Covid-19 reduziu 29% no Rio Grande do Sul. As mortes pelo vírus também caíram 7% no mesmo período.

O público parece ansioso para consumir cultura, mas os produtores ainda precisam calcular a viabilidade financeira desse retorno das programações: as redes de cinema precisam de uma semana para voltar a reexibir filmes e algumas casas de espetáculos necessitam 15 dias de planejamento e divulgação para executar um show. Mas o clima é de otimismo nessa retomada.  

Com informações dos sites PEGN, GZH, G1, Lâmpada Nerd e Governo do Estado do RS.

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