Hotel de Porto Alegre passa a receber 'hóspedes permanentes'

Um dos hotéis mais tradicionais em Porto Alegre buscou uma alternativa de receita para enfrentar a queda de hóspedes em meio à pandemia, principalmente pela suspensão de eventos. O Ritter Hotéis, que fica em frente à Rodoviária da Capital, no Centro Histórico, transformou uma das torres do empreendimento em moradia compartilhada.

Foto de Joyce Rocha/JC

São 130 apartamentos que passam a compor a nova estratégia. O hotel, fundado em 1974, batizou a nova modalidade de Haus von Ritter. Traduzido do alemão para o português, significa Casa do Ritter.

A gerente do Ritter, Fernanda Ritter, com 29 anos e da terceira geração da família proprietária, explica que a implantação do modelo foi muito rápida: "Tive a ideia em agosto e inauguramos em 28 de setembro".

A jovem comenta que o investimento para viabilizar a ideia foi basicamente em comunicação e montagem do site, pois o hotel já contava com uma estrutura preparada.

Fernanda garante que o Ritter larga na frente como o primeiro hotel coliving do Brasil. Neste sistema, o morador conta com serviços de hotelaria em um sistema de pay per use. Ou seja, o hóspede permanente  paga por aquilo que utilizar.

Entre as vantagens da moradia, está a dispensa fiador. "Não há burocracias. O hóspede pode optar por um contrato de um mês, três ou seis meses", explica a gerente. Outro diferencial é que a conta já inclui aluguel, condomínio, energia, água, internet, TV a cabo, frigobar, limpeza semanal e segurança 24 horas.

O morador do coliving pode escolher entre três modalidades de apartamentos, chamados de Studio, para residir pelo tempo que desejar.

O primeiro tipo tem 22 metros quadrados, cama box ou duas camas de solteiro e um janelão do chão ao teto. Outra opção é o Studio com sacada, com 37 metros quadrados de área, banheiro privativo, sacada, espaço de estar com sofá e cama box de casal ou duas meio casal.

O Studio 3 tem até uma sala de estar, que deixa o ambiente bem parecido com o de um apartamento normal 

A terceira opção é o Studio com dois quartos, 30 metros quadrados de área, banheiro privativo e cama casal ou com duas camas de solteiro.

A nova modalidade mira hóspedes de 20 a 25 anos, principalmente aqueles que vêm do interior gaúcho ou de outros estados para estudar na Capital. Além deles, o Haus von Ritter também quer alcançar executivos que ficam na cidade por um período de dois a três meses, detalha Fernanda.

A gerente cita também ainda que a pessoa adquire um espaço privado e com valor inferior ao de um aluguel, comparando as qualidades e até localização. "E preserva a sua individualidade e, ao mesmo tempo, soma momentos em espaços compartilhados, como por exemplo, a cozinha, o lounge, a piscina, entre outros", valoriza. 

Fernanda, da terceira geração dos proprietários, aposta na atração da modalidade para jovens e executivos  

O morador pode levar os pertences pessoais para o hotel. Fernanda cita que o apartamento já está equipado com cofre digital, secador de cabelo, fechadura eletrônica, frigobar e escrivaninha.

Só o estacionamento, que é operado por uma empresa terceirizada , não está incluído no condomínio. Mas o hotel pode adicionar ao pacote mensal por um valor adicional.

O estabelecimento terá uma promoção especial destinada aos cinco primeiros moradores que optarem pela modalidade Studio. Eles vão pagar mensalidade de R$ 1.500,00 pelo apartamento.

“Representa cerca de 40% de um aluguel de um pequeno apartamento. É um valor bem atrativo. Como o Haus von Ritter está nascendo, entendemos que os primeiros moradores vão apostar junto com a gente”, acredita Fernanda.

Notícia original publicada no site do Jornal do Comércio.


Comentários