Tecnologia na agricultura cresce na pandemia: gaúchos lideram em plataforma digital

Um dos benefícios indiretos da pandemia está sendo o crescimento e o desenvolvimento tecnológico e pessoas e setores. De alguma forma, muita gente está se superando e isso é um ponto positivo. A agricultura brasileira está mostrando sinais desse avanço, no momento em que cresce a utilização da adoção de tecnologia em propriedades rurais e o surgimento de ferramentas que estão ajudando os trabalhadores no campo - principalmente no que se refere à gestão das culturas. 

Recentemente, um estudo chamado “A mente do agricultor brasileiro na era digital”, foi realizado pela consultoria McKinsey & Company com 750 agricultores em 11 Estados brasileiros. A pesquisa é de janeiro e já mostrava o avanço da tecnologia no cotidiano dos produtores de todo o país. Uma das principais conclusões é de que o agricultor brasileiro compra mais online e é mais digitalizado do que o produtor norte americano.


Foto: divulgação FARSUL

71% dos entrevistados afirmaram usar todos os dias os canais digitais para tratar dos assuntos de suas propriedades, e 36% apontam realizar compras online. O sócio sênior da McKinsey, Nelson Ferreira, lembra que o processo de digitalização é puxado por uma geração mais jovem de produtores, que está começando a ingressar na gestão dos estabelecimentos.  

— O apetite por digitalização já era premente antes da pandemia. A pandemia só fez acelerar essa tendência bastante clara — enfatiza Ferreira.  

Como as restrições impostas pelo coronavírus impediram muitas negociações presenciais, uma geração de produtores, principalmente os mais jovens, aderiram às plataformas digitais para a aquisição de insumos, apesar da fragilidade da infraestrutura digital no Brasil. Muitos produtores têm internet na sede da fazenda, mas não nas lavouras, o que dificulta a utilização da chamada agricultura de precisão.

De acordo com a pesquisa da McKinsey, 53% dos agricultores brasileiros adotam ou pretendem utilizar alguma tecnologia de agricultura de precisão nos próximos meses. Até por isso que muitas empresas estão de olho nesse mercado e trabalhando para oferecer conectividade no campo, se valendo de inteligência artificial para ajudar os proprietários a tomar decisões, como escolher a melhor semente e acompanhar o desempenho das lavouras. Drones e satélites também estão entre os acessórios que podem ser utilizados nesse novo momento da agricultura, ampliando a visão e qualidade da informação gerada para o produtor rural. 


RIO GRANDE DO SUL LIDERA PLATAFORMA DIGITAL

Mesmo sendo os gaúchos mais conservadores em relação à tecnologia, as lideranças do agronegócio concordam que esta é um grande ferramenta para estimular a permanência dos jovens no campo e resolver o tradicional problema da sucessão.

Além disso, durante a pandemia, as tendências dos eventos digitais vão servir de experiência positiva para as feiras agrícolas. Palestrantes de qualquer lugar do mundo, poderão estar presentes nas exposições e congressos, por exemplo. Segundo Nei Mânica, presidente da Expodireto Cotrijal, a maior feira de agricultura de precisão do país, "a pandemia nos mostrou coisas importantes para ganhar tempo, economizar dinheiro e ganharmos em qualidade".  

Um exemplo dessa nova realidade é a plataforma digital que reúne venda de insumos, a Orbia. Entre os 170 mil usuários, os gaúchos são 24%, que representam 70% da área cultivada no país. E estão fazendo muitos negócios: em junho passado, o Rio Grande do Sul foi responsável por 60% do faturamento de 15 milhões de Reais em apenas três dias de vendas.

Com informações do site GZH, Canal Rural e Facebook da McKinsey. 

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