Azul pode operar voos em mais aeroportos do Rio Grande do Sul

Em breve, mais cidades gaúchas poderão contar com ligações aéreas. A companhia Azul vistoriou nas últimas semanas pelo menos três aeroportos em diferentes regiões do Estado para verificar as condições das instalações, desde a pista de pousos e decolagens ao terminal de passageiros.

As candidatas a ter voos são Erechim, São Borja e Vacaria. Serão ligações com Porto Alegre por meio do braço de atuação regional da aérea, a Azul Conecta, que opera aeronaves Cessna 208 Caravan, um monoturbo-hélice com nove assentos. A Conecta é o novo nome da antiga TwoFlex, comprada pela Azul da Gol. 


Foto Facebook do Aeroporto de Vacaria


A Azul Conecta vai estrear em dezembro ligações com Canela e Torres, previstos para serem ofertados na temporada, até fim de janeiro. Outros destinos entram na rota da companhia. Santa Maria e Pelotas voltam este mês. Em fevereiro, a previsão é de volta da conexão com Uruguaiana e Santo Ângelo, ligando a Capital, e Caxias do Sul, com Campinas.   

Questionada sobre os planos para os três novos aeródromos, a Azul se limitou a informar "que está em negociações avançadas com o governo do Rio Grande do Sul para ampliar a atuação regional da companhia no Estado". Na nota, a aérea sinaliza que fará anúncio oficial sobre a oferta quando finalizar as conversas.

O diretor-substituto do Departamento Aeroportuário estadual, ligado à Secretaria de Transportes, Rômulo Saraiva, confirmou que a companhia vistoriou o Aeroporto de Erechim (chamado de Comandante Kraemer), na localidade no Alto Uruguai, e o de Vacaria, na Serra Gaúcha, os dois são administrados pelo Estado.

Saraiva diz que aguarda o relatório da visita para saber se há eventuais ajustes a serem feitos. "Se precisar alguma melhoria, vamos providenciar", adianta o diretor do departamento. A expectativa de ativar as duas ligações era anterior à pandemia, que acabou adiando as novas rotas e suspendendo outras existentes.   

O terminal de passageiros de Vacaria é recente, foi construído em 2018. O tráfego local é mais de aeronaves agrícolas para atender à produção regional de frutas, como maçã. "Talvez seja necessário pintar a área de estacionamento dos aviões e cortar a vegetação", comenta, citando que a pista, concluída em 2012, tem 1,9 mil metros e está em boas condições.

O administrador do aeroporto de Erechim, Francisco Palhano, comenta que houve melhorias nas instalações, desde área de embarque, sanitários e entorno do terminal. O aeródromo fica a dois quilômetros do centro cidade e tem 20 vagas de estacionamento. Não chega a ter cafeteria ou outro serviço, porque hoje não há fluxo, mas quando reativar, Palhano avisa: "Café e chá sempre tem como cortesia do aeroporto". 

Entre 2012 e 2014, o aeródromo teve voos comerciais da empresa NHT, que virou depois Brava Linhas Aéreas e hoje não opera mais, com rotas para Porto Alegre, Curitiba e regionais, para Passo Fundo e Joaçaba, em Santa Catarina.

Nos anos de 1960, a antiga Sadia (hoje BRF) usava a ligação de Erechim para transportar produtos para São Paulo pela Real Aerovias, que teve parte do capital de acionistas do grupo de alimentos.      

O Estado administra ainda Passo Fundo, que está em obras, Santo Ângelo, Caxias do Sul, Rio Grande, Torres, Carazinho (fora de cogitação para voos, pois não tem área de passageiros), Ijuí e Capão da Canoa, estes dois também foram dos planos.

A estrutura do Aeroporto João Manoel, de São Borja, é gerida pela prefeitura, que divulgou nota sobre a passagem dos representantes da aérea na cidade. A expectativa agora é da emissão do relatório sobre as condições da pista e das instalações.

"Recentemente, Henrique Girotto e Filipi Tourinho, da Azul, e representantes da área de Planejamento da prefeitura avaliaram as condições gerais do aeroporto. As informações já repassadas é de que são atendidas plenamente todas as condições operacionais e de segurança", garantiu a administração local, em nota.

A ligação da Capital a São Borja chegou a ocorrer no fim do ano passado, "depois de mais de meio século de suspensão", cita a prefeitura. Eram quatro voos semanais, suspensos com o advento da crise sanitária.

A ampliação da oferta da aviação regional, tanto para rotas dentro do Estado como para outros aeroportos fora de capitais, está em programa com previsão de redução do ICMS do querosene de aviação. O tributo interno pode chegar a 2%, dependendo da oferta de assentos e frequência dos voos. 

Notícia original no site do Jornal do Comércio.

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