Opinião: a vacina não pode mudar nossos hábitos

Obviamente que a chancela da vacina no Brasil e o imediato início do PNI (Plano Nacional de Imunização) nos traz um alento imenso. O domingo virou um dia histórico para nosso país, e sim, temos que festejar, comemorar, ficar orgulhosos...mas ainda temos que esperar. Ainda estamos recém no início da caminhada. Quem não for idoso e não for profissional de saúde, não vai ser vacinado agora. E certamente, é triste dizer, nem mesmo estes grupos de riscos prioritários serão contemplados de uma vez só! Não tem doses suficientes para todos nessa primeira fase. Por isso é necessário paciência. A espera, que já foi longa desde o início da pandemia, vai continuar sendo necessária mais um pouco. 

Markus Spiske/Unsplash


Mas o principal recado dos especialistas, das autoridades, da ANVISA e dos nossos próprios médicos é que: nada muda com a chegada da vacina. Não podemos mudar um milímetro do nosso comportamento e de nossas atitudes nesse momento. A vacina não garante a salvação imediata. Por isso, não estamos livres da máscara - para aqueles que acham que ela aprisiona e incomoda. Não podemos deixar de usar o álcool gel e respeitar o distanciamento. Como estamos em meio a uma das maiores pandemias da história do mundo, não é possível relaxar. A quarentena continua para quem pode ficar em casa. Quem precisa sair, só deve fazer em extrema necessidade, e com máscara e toda a proteção possível. Lavar as mãos e álcool gel pode ser a recomendação mais repetida nos últimos 10 meses, mas é realmente necessária. Não é aceitável nenhum outro comportamento. 

É preciso confiar na ciência e na medicina, que não erraram na elaboração da vacina em tempo recorde, que aprenderam durante a pandemia, que melhoraram e tentaram acertar os tratamentos com o vírus em plena atividade. Ou seja, arrumaram a casa com a bola rolando, trocaram o pneu com o carro andando. 

Então quem somos nós para discordar dessas medidas, gente?

Porque não confiar na ciência e nas autoridades médicas? 

Se a vacina já é realidade de milhões de pessoas em outros países, e está aí no nosso horizonte, vai imunizar boa parte da população brasileira nos próximos meses. É uma questão de tempo. 

É só mais um pouco. Não precisamos de festas clandestinas. Não podemos abandonar a máscara. Ainda não estamos livres do vírus. Mas já temos a vacina.


                                                                         
Renato Martins, jornalista e professor, editor da Rede #AtitudePositiva.













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