Pesquisas comprovam: intensidade da atividade física influi na redução da mortalidade

O seu médico já falou várias vezes. A gente lê nas revistas e sabe muito que é verdade. Mas nesta semana novas pesquisas científicas feitas em várias partes do mundo validaram mais uma vez a máxima de que exercício faz bem à saúde. O estudo foi conduzido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em conjunto com universidades estrangeiras, e mostrou que a intensidade das atividades físicas que praticamos influencia na redução da mortalidade.

O trabalho analisou o comportamento de quase meio milhão de pessoas e teve a participação do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, da Universidade de Wuhan (China), da Universidade de Santiago do Chile (Chile) e da Universidade Europeia Miguel de Cervantes (Espanha).

Os resultados foram publicados no fim do ano passado na revista científica “JAMA Internal Medicine”.


                                                                   Alex McCarthy/Unsplash


Benefício na medida do esforço

A importância das atividades físicas para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, problemas do coração e alguns tipos de câncer, são amplamente conhecidos pelos especialistas. Mas a dúvida que motivou o estudo era a diferença entre a prática da atividade física vigorosa e a moderada na redução da mortalidade.

Já foi constatado que adultos devem realizar, ao menos, de 150 a 300 minutos semanais de exercícios de intensidade moderada –como caminhadas e deslocamentos a pé ou de bicicleta– ou entre 75 e 150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa –como corrida, natação e esportes. Também é válida uma combinação equivalente dessas intensidades.

Munidos de dados anteriores obtidos com o estudo “The National Health Interview Survey”, feito com mais de 400 mil adultos, os pesquisadores passaram a investigar se a intensidade do exercício fazia diferença para prolongar o tempo de vida.

Eles selecionaram adultos que praticaram alguma atividade física semanal e calcularam o percentual do total realizado em intensidade vigorosa, variando de 0% a 100% –100% significando apenas atividade físicas vigorosas e 0%, apenas exercícios moderados.

Os especialistas concluíram que ambas as intensidades (moderada e vigorosa) estão associadas à menor mortalidade por doenças cardiovasculares, câncer e outras causas. E o principal: os participantes que realizaram um percentual maior do total de atividade física vigorosa apresentaram menor mortalidade.

“Por exemplo, adultos que realizaram de 50% a 75% do total de atividade física semanal em intensidade vigorosa tiveram uma redução de 17% na mortalidade por todas as causas, quando comparados aos adultos que fizeram apenas atividades físicas de intensidade moderada”, explicou Leandro Rezende, coordenador da pesquisa e professor da Unifesp.


Com informações do Jornal de Boas Notícias e Catraca Livre.




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