Trem bala poderá ligar capital e serra gaúcha em 12 minutos

O Rio Grande do Sul pode ter, no futuro, uma rota de transporte em altíssima velocidade que ligue Porto Alegre a Caxias do Sul, na Serra, em 12 minutos. O acordo para um estudo de viabilidade para a implementação dessa tecnologia foi assinado na tarde desta terça-feira (19) pelo governo do RS, por representantes da Escola de Engenharia da UFRGS e pela Hyperloop Transportation Technologies (HyperloopTT).

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"Pode parecer que o acordo seja excessivamente futurista, mas o que pretendemos é cogitar essa possibilidade, analisar essa viabilidade e assim lançar a primeira ideia para que possamos logo adiante confirmar as condições de viabilizar o projeto", afirmou o governador Eduardo Leite.

A estimativa ainda é virtual, já que leva em conta apenas a distância de 129 km percorrida por um sistema que chega a 1,2 km/h, fazendo em minutos o que um carro leva 1h40min ou um ônibus demora quase três horas. Mas a possibilidade de ter um transporte rápido, seguro e lucrativo anima os envolvidos.

"Muitas pessoas estão entusiasmadas com a velocidade, mas eu acredito que isto [sustentabilidade econômica e ecológica] seja mais importante. Não existe uma ferrovia ou metrô lucrativos no mundo. Dependem de subsídios dos governos. O hyperloop é diferente. Pode ser lucrativo, por ter baixo custo operacional e ser financiado de forma privada", destaca o CEO da empresa, Dirk Ahlborn.

De acordo com Ahlborn, o maior estudo da empresa em andamento prevê uma rota de 741 km entre as cidades de Chicago, Cleveland e Pittsburgh, nos Estados Unidos. Já a primeira linha comercial deve ser em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

"O Brasil tem grande potencial. A serra gaúcha é o polo turístico mais importante do Rio Grande do Sul, gerando mais que R$ 1,5 milhão para economia local, e abriga algumas das maiores empresas do Brasil", acrescenta.


Como funciona a tecnologia?

O transporte de pessoas ou cargas é feito por cápsulas colocadas em um tubo despressurizado, no qual o ar é retirado para eliminar a resistência. Ela se desloca sobre trilhos em um sistema de levitação com uma velocidade semelhante a de aeronaves.

O motor é movido a partir de energia solar, o que oferece uma característica sustentável à tecnologia.

"Algumas pessoas podem pensar que é ficção científica, mas está acontecendo agora. Estamos trabalhando nos últimos anos para fazer realidade", diz Ahlborn.

A Escola de Engenharia da UFRGS participa do estudo para verificar a viabilidade técnica, financeira e de sustentabilidade do sistema. A entrega dos resultados deve ocorrer em quatro a seis meses, conforme a diretora Carla ten Caten. O maior desafio, para ela, é definir o traçado.

"Em função da geometria do terreno, de ser acidentado. A ideia é não usar o traçado da rodovia. Mas vai reduzir muito o tempo", afirma.

A professora crê que 12 minutos de viagem é uma estimativa superestimada, mas que é possível conectar os dois pontos entre 15 e 30 minutos. A contratação prevê a análise apenas para este trecho. Porém, ela acredita que, uma vez finalizado, pode colocar o estado na vanguarda dos transportes no mundo.

"A gente acredita na tecnologia e acredita que vai ter uma viabilidade financeira. Por acreditar nisso, é que a UFRGS entrou no projeto. Estaremos à frente de muitas outras por ser a primeira na América Latina", projeta.


Com informações do G1

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