Experiências internacionais realizam show em diversos países. Será uma retomada?

Ainda é cedo para falar em retomada, mas três experiências internacionais com shows para grandes plateias já estão acontecendo, de novo, em três lugares diferentes do mundo. Público de cinco até treze mil pessoas estiveram presentes nesses espetáculos musicais obedecendo alguns protocolos de segurança sanitária.

Neste fim de semana que passou, Espanha e Estados Unidos fizeram seus testes: no sábado (27), em um show em Barcelona, todos os espectadores precisaram usar máscaras e passar por um teste de Covid antes de entrar no local, mas manter o distanciamento não foi necessário. A apresentação foi da banda espanhola de pop rock Love of Lesbian, indicada ao MTV Europe Music Awards.

Com necessidade de aprovação do governo para ocorrer, as cenas inacreditáveis em tempos de pandemia, mostram mais de cinco mil pessoas vibrando na plateia. A entrada do público atrasou, por causa dos testes de antígenos, que identificam o coronavírus diretamente, pois detectam proteínas específicas que o vírus produz e que aparecem na superfície dele. A facilidade é que este tipo de teste também não demora e não necessita ser levado até o laboratório.

“Bem-vindos a um dos shows mais emocionantes de nossas vidas!”, disse o vocalista da banda, Santi Balmes, em uma saudação à multidão, que aplaudiu. “Foi espetacular. Nos sentimos seguros em todos os momentos. Estávamos na primeira fila e foi algo de que sentimos muita falta”, declarou o publicitário Salvador, de 29 anos, à Reuters após o show. “Estamos muito orgulhosos de ter tido a chance de participar disso. Esperamos que seja o primeiro de muitos", disse. Antes da apresentação, um dos co-organizadores do evento, Jordi Herreruela, afirmou à agência que "será mais seguro estar no Palau Sant Jordi [local do show] do que andar na rua”.

Os exames foram feitos em três lugares de Barcelona por 80 enfermeiras, todas usando equipamento de proteção individual completo. Cerca de 10 a 15 minutos depois, os participantes recebiam os resultados em um aplicativo no celular. O teste e a máscara foram incluídos no preço do ingresso.

Três pessoas examinadas tinham recebido um resultado positivo para Covid, e uma havia tido contato com um caso positivo. Então elas não puderam comparecer ao show e receberam a garantia de um reembolso.

Já os Estados Unidos testaram neste domingo (28) uma medida diferente de segurança: um grupo pequeno de somente pessoas vacinadas contra a Covid-19 puderam participar da primeira apresentação ao vivo da cantora pop Brandi Carlile, realizada em Nashville, no Tenesse. 

Quem recebeu, antes do dia 14 de março, ambas doses da Pfizer ou Moderna, ou a dose única da Johnson & Johnson foi aleatoriamente escolhido para participar do evento. Isso porque a eficácia dos imunizantes acontece duas semanas após aplicação.

Para participarem do show, os fãs enviaram os nomes, provas da imunização e nota da compra de ingressos para um e-mail específico. Vencedores foram escolhidos no dia 25 de março.

Apesar de ter sido um pequeno número de convidados, o show teve transmissão ao vivo e segue medidas de segurança contra a Covid-19. O Ryman Auditorium recebeu apenas 25% da capacidade total, além do público precisar usar máscara e praticar distanciamento social.


Reprodução site da Rolling Stone BR

Bem mais ousados, porém, na semana passada, a clássica banda australiana Midnight Oil fez um show na cidade de Geelong, para 13 mil pessoas. O que chamou atenção é que o concerto presencial foi sem a necessidade de distanciamento social ou o uso de máscara de proteção. O grupo está realizando uma mini turnê na Austrália e isso só foi possível porque o país conteve a Covid-19, chegando a zerar os casos em janeiro deste ano. Os australianos, assim como a vizinha Nova Zelândia, adotaram medidas certeiras e severas de lockdown contra a pandemia do coronavírus e conseguiram frear o avanço do vírus. 

Segundo matéria do UOL de 21 de janeiro, o ministro da Saúde da Austrália, Greg Hunt, informou à imprensa após zerar os casos de Covid-19: "Hoje temos seis dias entre sete, com nenhum caso [de Covid-19] na Austrália". 

O setor de eventos aguarda ansiosamente que estas experiências deem certo e signifiquem um reinício dos espetáculos ao vivo, mesmo que dentro de "um novo normal". E o público claro, espera poder reencontrar em breve os seus artistas preferidos em cima do palco, um pouco mais de pertinho. 

Com informações da Rolling Stone e G1




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