Live comemora quatro décadas da banda gaúcha Fróide Explica

O dia 5 de março é especialmente importante para o músico Jorge Hugo Souza Gomes, conhecido no meio musical como Jottagá (veja material exclusivo sobre e a banda logo mais abaixo neste post). Além de ser a data do seu aniversário, foi neste dia que nasceu há 40 anos a banda Fróide Explica. Com repertório eclético, performance teatral no palco, e letras  carregadas de ironia, a banda tem como temática os recortes da vida urbana, tendo como cenário principal o bairro Bom Fim, na capital gaúcha. Tendo seu primeiro disco gravado em 1985 e incursões na TV e nos teatros nas décadas de 1980 e 1990, a banda contou com várias formações de músicos gaúchos e nos últimos anos mergulhou no universo das plataformas digitais. 


Foto Georgia Alba Souza Gomes


Para comemorar as quatro décadas deste trabalho, acontece no próximo dia 5 de março, às 21h, uma live comemorativa, que será transmitida pelo Facebook, neste endereço. A formação atual da banda, que segue liderada por Jottagá, vai fazer um resgate dos seus grandes sucessos, interpretando a passagem do tempo e projetando o futuro, com um toque de humor e resgatando a alma da capital nestes tempos difíceis de pandemia. 

Nos últimos anos, Jottagá tem se dedicado a novos projetos na música e na literatura, ao lado de outros parceiros, mas a Fróide Explica permanece viva. O artista que é um mix de cantor, compositor e comunicador de platéias, ousado nas músicas autorais e criativo nos covers pontuais,  assinou várias peças musicais e atualmente também integra a banda The Besouros, que toca Beatles para crianças. 

Em 2018, Jottagá também tornou-se escritor, lançando na 64ª Feira do Livro a obra Plinc: a História de Amor de Um Pingo D’Água, voltada ao público infantil e que acabou virando música também. A inspiração para falar com as crianças vem de sua filha caçula, Georgia Alba Souza Gomes, que hoje também é sua parceira em vários projetos musicais. 

Aos 68 anos (que serão completados no dia da live), o eclético artista se sente cada vez mais jovem e pronto para falar com o público adulto que viveu a noite de Porto Alegre do final do século XX e hoje tem poucas referências musicais locais. “Queremos conversar  com as pessoas que buscam se divertir  com trabalhos que tenham uma identidade adulta e um conteúdo mais elaborado, ora crítico, irônico, normalmente bem humorado ”, comenta Jottagá.





Discografia de Jottagá Froide Explica


1985 - LP  As 7 Vidas de Jottagá

1986 - Programa Fróide Explica TV

1996 - Banda Fróide Explica - Pirata 

1997 CD Banda Fróide Explica - A Estagiária – Acústico

1998 - CD Banda Fróide Explica - Edissão Histérica 

2000 - CD Banda Fróide Explica – Complexo de Édipo com a Mãe Alheia  

2001- Clip Gordini Invocado - RJ

2005 - Banda Fróide Explica – CD Tango do Vando 

2007 - CD H.Romeu A Comédia Musical  

2008 CD - As Aventuras de Manoelito - O Palhacinho Tistonho - CD - Jottagá e A.Rizzi

2009 - Jottagá - Prêmio Açorianos de Melhor CD Infantil 

2010 - Sonho de Verão EP  Só Love com Adriana Deffenti

2014 Jottagá & Fróide Explica - Saboroso Bom Fim 

2017 - EP Magra do Bonfa 2Singles

2018 - CD Magra do Bonfa 

2019 - CD Plinc a História de Amor de Um Pingo D’Água. 

Clips Youtube - 2020 Com Georgia Alba

2020 Single Atlântida Sul – Plataformas  Clip Youtube


2021 Single Osvaldo é Mais Amor - Plataformas 


A Rede #AtitudePositiva fez algumas perguntas para o Jottagá:

Foto Georgia Alba Souza Gomes
Onde foi o primeiro show da Fróide Explica? Tu lembras de alguma história engraçada?

Foi nos festivais e festas da Caixa Econômica Federal, em Porto Alegre. Publicamente, no Café Charlot, que ficava na 24 de Outubro (bairro Auxiliadora, Porto Alegre) onde, entre outros, tocavam Hique Gomes, Telmo e Ricardo, Sá Brito e Wesley Cool...e até a Banda de Banda, diz a lenda que foi expulsa do Bar...

Situação engraçada houve muitas. Uma delas foi um show justamente no Café Charlot no dia da criança, sorteamos entre outras coisas aqueles pirulitos coloridões grandes. Uma moça que não ganhou no sorteio, começou a gritar desesperada dentro do bar porque queria um pirulito e nós não tínhamos mais. Foi um horror, e o único jeito foi eu pedir para uma amiga que tinha ganho repassar o presente, mediante  promessa de dar-lhe outro...e então demos o desejado presente para a moça -  que se acalmou e pudemos continuar e terminar o show... ufa!

Por que a ideia de misturar música com humor? Alguma proposta de criar uma forma de protesto, que era comum na época dos anos 70 e 80?

Estilo Fróide Explica...antes de ter o nome de Fróide Explica,  já tocávamos, e o humor foi uma coisa espontânea, e em nosso caso muito original. Mas éramos, muito por minha pilha, ligados nas letras. Tive até letras censuradas pela ditadura, as tenho guardadas com os carimbos até hoje...uma viagem... censurado em 1984...polícia federal!

Houve alguma inspiração em bandas da época como Língua de Trapo, Premeditando o Breque ou Blitz, por exemplo?

Não houve influência dos paulistas do Asdrúbal, Preme e Língua, Surgimos juntos, separados e muito diferentes, a Blitz veio muito depois... nossa inquietude é contemporânea de Armação Ilimitada... TV Pirata, etc.

Quais instrumentos tu tocas? És autodidata ou estudou música?

Sou os dois: autodidata que estudou e um aluno autodidata. Sou um compositor nato. Sempre foi assim, eu ao invés de aprender a música dos outros sempre acabava fazendo as minhas e gostando de tocar as minhas, pois achava que a dos outros já estava feita, as minhas não. Hoje toco eventualmente a música de alguém, e cantar, canto de tudo. Gosto muito do canto, mas tocar normalmente só as autorais. Fiz quase toda a faculdade de música. Não terminei, achei na época muito limitante. Hoje cada vez mais gosto de tocar e me acompanhar. Em gravação toco violão, guitarra, teclado, percussões e claro, a tecnologia ajuda bastante na criação e nos arranjos, Tenho um estúdio de gravação: o Fróide Explica Estúdio, o que me facilita, além de tocar com pessoas super competentes, músicos maravilhosos como Veco Marques, Márcio BandeiraChico Merg, Dayson Melo, Marlos Domingues, Sulimar Rass (parceiro de composição), ao longo do tempo foram inúmeros nomes. Sou um privilegiado por tocar e trocar música com grandes personagens da nossa música contemporânea do sul.

Como foi essa viagem do humor até o público infantil, com o teatro e os livros?

A questão do humor se impôs naturalmente: eu, juntamente com o Guilherme Cantarelli (Rip), escrevíamos os textos dos roteiros, eu fazia a maiorias das músicas e no início da fase teatral tivemos a direção da Patsy Cecato. Foi um grande aprendizado,  depois incorporamos no time de redatores o Antenor Fischer e o J. Óscar, foi realmente um grande momento de vida. Na verdade uma década até voltarmos ao formato de banda,  mas sempre com a música e o humor correndo juntos. Virou estilo,  conceito... Fróide Explica virou sinônimo de humor, irreverência, e se fundiu ao meu nome. Hoje o Fróide sou eu. Dizem que sempre foi,  fui, só eu que não sabia. Agora eu sei, é o melhor, sigo e gosto muito desta ideia.

No teatro eu aprendi bastante, fiz cursos com José Wilker, Cécil Thiré, Beto Souza, na televisão aprendi muito com o Programa Fróide Explica na TV, com o grande diretor Carlos Kober, e com tantos parceiros talentosos. Aproveitei e aprendi tudo o que pude, sou muito grato. E realmente sou uma pessoa positiva, e alegrão, irreverente por natureza. E agora entrei de cabeça na literatura: em 2009 já havia recebido um prêmio Açorianos com um CD baseado num livro infantil. Agora resolvi colocar as minhas histórias para o público e o livro Plinc A História de Amor de um Pingo D'Água reflete minha real preocupação com o meio ambiente, preservação da água e sustentabilidade. Agora estamos trabalhando o lançamento de mais um single nas plataformas digitais. Enfim, trabalho apesar da pandemia não para!

Em tempos de pandemia, como a música está sobrevivendo?

Estou me inscrevendo em todos os editais possíveis, lei Aldyr Blanc e lives... Na compreensão objetiva do grande prejuízo irreversível que nós trabalhadores da cultura estamos passando e literalmente sobrevivendo  com poucas perspectivas de solução a curto prazo. Mas, como dizia Chico Buarque: "vai passar"....

Sucesso, Saúde, Máscaras e Vacina Já...


Com informações da Rede #AtitudePositiva e da assessoria de imprensa da jornalista Laura Glüer (51) 99964-6797




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