Nasa testa novo sistema de motores que pode levar o homem de volta à Lua

O foguete do Space Launch System (SLS), que lançará os astronautas do programa Artemis da Nasa ao espaço a caminho da Lua, passou, de maneira bem-sucedida, por um teste final na quinta-feira (18).

O teste foi realizado no Stennis Space Center da Nasa, fora da Baía de St. Louis, Mississippi. O início do teste foi às 4h40 da tarde, horário local e durou pouco mais de oito minutos.

Reprodução CNN

"O SLS é o foguete mais poderoso que a Nasa já construiu e, durante o teste de hoje, a fase central do foguete gerou mais de 1,6 milhão de libras de impulso em sete segundos. O SLS é um feito incrível de engenharia e o único foguete capaz de promover as missões da próxima geração dos EUA, que colocarão a primeira mulher e o próximo homem na lua", disse o administrador interino da Nasa, Steve Jurczyk, em um comunicado.

"O teste de fogo bem-sucedido de hoje do SLS é um marco importante na meta da Nasa de colocar os humanos de volta à superfície lunar - e além. "Esse foi o oitavo e último teste da série Green Run, que foi concebida para garantir que o foguete possa lançar homens e mulheres à lua em 2024. A primeira missão, a Artemis I, está agendada para novembro, mas não será tripulada. Esses testes podem ajudar a responder a perguntas sobre como o foguete pode funcionar em diferentes estágios de lançamento.

Os sistemas da fase central do foguete foram carregados com mais de 700 mil galões de propelente superfrio e os quatro foguetes RS-25 foram disparados ao mesmo tempo. Isso serve para simular o que o foguete suportará durante o lançamento, embora o SLS use cerca de 8,8 milhões de libras de impulso para levantar Artemis I do solo.

A parte central do foguete inclui os quatro motores, tanque de hidrogênio líquido, tanque de oxigênio líquido e os aviônicos - computadores e eletrônicos que funcionam em conjunto, como os "cérebros" do foguete - para controlar os primeiros oito minutos de voo, de acordo com a agência. Entre 18 a 20 caminhões-tanque cheios de propelente encheram seis tanques com o oxigênio líquido e o hidrogênio nos dias anteriores ao teste.

Esse segundo teste de fogo foi considerado necessário depois que o primeiro, em janeiro, terminou mais cedo do que o planejado. O primeiro teste de fogo quente deveria durar oito minutos, mas foi interrompido após um minuto.

O segundo teste durou oito minutos, fornecendo às equipes os dados de que precisam. Aplausos puderam ser ouvidos na sala de controle assim que deram a ordem para encerrá-lo após oito minutos.

Durante o teste, os motores experimentaram três níveis de potência diferentes e foram submetidos a movimentos que simulam a direção do voo, chamados de gimballing.

Nas semanas anteriores ao teste, as equipes se certificaram de que uma válvula de oxigênio líquido que precisava ser consertada estava funcionando. Elas também analisaram os dados do primeiro teste, incluindo os parâmetros do computador de voo, que encerrou o primeiro teste antes do planejado. E fizeram pequenos reparos.

"O teste de fogo quente forneceu a riqueza de dados de que precisávamos para garantir que a fase central do SLS possa alimentar cada foguete SLS com sucesso", disse John Honeycutt, gerente do Programa SLS do Marshall Space Flight Center da Nasa em Huntsville, Alabama, em um comunicado.

"Durante o teste, a equipe conduziu novas operações com a fase central pela primeira vez, repetiu algumas operações críticas e registrou dados de teste que nos ajudarão a verificar se essa parte do SLS está pronta para os primeiros e futuros voos do programa Artemis da Nasa", que começará com missões à lua, mas também pode ser que venha a enviar astronautas a Marte também, a depender do sucesso da sua empreitada no satélite terrestre.

As equipes continuarão avaliando os dados coletados no teste e o foguete SLS será enviado ao Centro Espacial Kennedy da Nasa na Flórida para que possa ser montado e integrado, junto com a espaçonave Orion, projetada para os astronautas.

Na Kennedy, as equipes já colocaram os propulsores de foguetes no Edifício de Montagem de Veículos para Artemis I. Jurczyk disse, na quinta-feira, que a administração Biden tem apoiado a Nasa e seus objetivos e metas para o programa Artemis e a estratégia de chegar à Lua e em Marte.


Voltando à lua

Os primeiros 18 astronautas do programa Artemis foram selecionados e anunciados em dezembro.A diversificada equipe de astronautas inclui Joseph Acaba, Kayla Barron, Raja Chari, Matthew Dominick, Victor Glover, Warren "Woody" Hoburg, Jonny Kim, Christina Koch, Kjell Lindgren, Nicole Mann, Anne McClain, Jessica Meir, Jasmin Moghbeli, Kate Rubins , Frank Rubio, Scott Tingle, Jessica Watkins e Stephanie Wilson.

Quando os astronautas explorarem o polo sul lunar, que nunca foi visitado por humanos, eles irão superar o legado do programa Apollo e transportar a exploração espacial pelos humanos para um novo século. Após o voo sem tripulação Artemis I, em novembro, Artemis II será um

sobrevoo tripulado à lua, em agosto de 2023. Enfim, a Artemis III deverá colocar novamente astronautas na lua.

O foguete SLS enviará a Orion, os astronautas e grandes cargas para a Lua de uma só vez, disse a Nasa.

A espaçonave Orion pode transportar quatro membros da tripulação e apoiar missões no espaço profundo, ao contrário das naves anteriores projetadas para voos curtos. Orion irá atracar em uma espécie de posto lunar que irá orbitar a lua.

A cerca de 250 mil milhas da Terra, esse posto permitirá um acesso mais fácil a toda a superfície da lua e, potencialmente, a exploração do espaço profundo. Uma das várias prioridades para a equipe que voltará à lua é a realização de ciência experimental, investigando e mitigando os riscos da exploração e entendendo a origem dos elementos nos polos lunares, como água e outros recursos que poderiam ser usados pelos astronautas. A agência também quer estabelecer um acampamento-base Artemis até o final da década no polo sul lunar.

Com informações da CNN Brasil

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