Nas redes sociais prometi falar do filme NOMADLAND, com a Frances McDormand. Assisti logo depois que ele ganhou o Globo de Ouro. E agora a produção recebeu o prêmio de melhor filme do Critics’ Choice Awards - e deve ganhar outros mais.
Frances (de grandes filmes, como FARGO), é uma grande atriz, mas como bem disse o jornalista Roger Lerina na nossa live do sobre o Globo de Ouro (assista aqui), está correndo o risco de ficar presa num determinado estilo único de interpretar, eu diria aquela coisa sorumbática, quase vegetativa (como tantos outros, como Bill Murray, Anthony Hopkins, etc que são ótimos mas entraram num ritmo de repetição de si mesmos).
Veja o trailer do filme:
O filme da diretora chinesa Chloé Zhao tem uma fotografia belíssima é aquele tipo de roteiro arrastado das obras contemplativas que a crítica adora mas o público não gosta muito. Por isso, já aviso: o filme é bem chato. É um road movie sem ação. Ganhou o Leão de Ouro em Veneza e está sendo incensado como um dos favoritos ao Oscar, que acontece em abril. Mas o que posso fazer? É chato. “Boring”, diriam os descolados.
Como eu disse, tem qualidades técnicas e de interpretação, mas não é uma travessia fácil. O seu maior mérito, talvez, seja abordar o tema da vida nômade, que mostra um estilo que não é comum a nós, mas pode estar mais na moda do que pensemos. As pessoas que não têm lar e andam - às vezes em tribos - pela estrada sem rumo, parando em estacionamentos, campings, postos, se ajudando, se apoiando, vivem uma realidade sem esperança como a protagonista do longa em questão. Assim como Fern, a personagem principal, que parece não ter mais motivos para ser alegre, ter uma casa com quintal, cachorro e cerquinha branca. É um exemplo de rotina bem diferente de quase todos nós.
Repito: é um filme lindo, mas chato. Se preferir, inverta: é chato, mas é lindo.
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