Biden elogia decisão do caso Floyd e promete novas medidas contra racismo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizou um discurso a favor de medidas contra o racismo na noite desta terça-feira (20), para repercutir um dos julgamentos mais importantes da história do país: a condenação do ex-policial Derek Chauvin, pela morte de George Floyd durante uma abordagem, em maio de 2020. 

Biden destacou a importância na mudança de conduta contra crimes raciais, não somente pelos departamentos de polícia, mas também pelo governo americano. 

Reprodução CNN


"É preciso confrontar o racismo sistêmico e as desigualdades raciais. Nossos departamentos de polícia precisam se posicionar, mas o governo também", disse o presidente dos Estados Unidos.

Joe Biden falou sobre um pacote de reformas que vem sendo elaborado pelos democratas desde o ano passado, e que leva o nome de George Floyd. As mudanças apresentadas por essas reformas contemplam a mudança na legislação para que, fiquem mais claras, as situações em que policiais devem responder na Justiça pelos atos cometidos. 

A nova legislação engloba um cadastro nacional dos policiais que cometeram abusos de violência, para que, ao serem demitidos, não sejam contratados em outro condado. 

A câmera usada na farda dos militares deve estar ligada o tempo todo, conforme nova reforma apresentada pelos democratas americanos. Além de um cadastrado nacional sobre violências policiais, disponibilizado de forma transparente e acessível.

A medida deve ser implantada em âmbito federal, para que crimes raciais se desvinculem da autonomia de alguns estados americanos, que possuem legislações diferentes. 

"George Floyd foi assassinado há quase um ano, não se deve levar um ano para isso acontecer [julgamento]. Quando falei com a família de George Floyd, falei sobre acelerar essa lei. Há muito mais a se fazer, é no dia a dia que se muda. O veredito não traz George Floyd de volta, mas que pela dor da família eles encontrem um legado, para que a morte de Floyd não seja só sua morte, mas sua memória", destacou Biden. 

A vice-presidente Kamala Harris falou sobre a importância em honrar a memória de George Floyd. 

"Muitos americanos viram a injustiça racial pela qual lutamos por tantos anos, pela qual meus pais protestaram por tanto tempo, não é justamente um problema dos EUA ou das pessoas negras, é um problema para todos os americanos. Somos todos parte do legado de George Floyd e nosso trabalho agora é honrá-lo", comentou Harris.

O caso

George Floyd foi morto na cidade americana de Minneapolis (no estado de Minnesota) no dia 25 de maio de 2020, após uma abordagem policial registrada por quem passava pelo local. Ele foi acusado de tentar utilizar uma nota falsa para pagar uma conta.

Ao ser detido, Floyd foi morto pelo policial branco Derek Chauvin ao ter seu pescoço pressionado pelo oficial durante 9 minutos e 29 segundos. No vídeo, ele afirma por diversas vezes que não conseguia respirar e a frase "I can't breathe", dita por Floyd, tornou-se um símbolo do movimento contra o racismo.

O policial Derek Chauvin foi dispensado pela polícia do estado de Minnesota após o ocorrido. O chefe da polícia de Mineápolis, Medaria Arradondo, afirmou que "a maneira como Chauvin rendeu Floys não está de acordo com o treinamento e certamente não é parte da nossa ética e nossos valores".

A morte de Floyd foi o estopim de uma onda de protestos nos Estados Unidos e em diversos outros países — Brasil, França, Alemanha, Inglaterra e Candá estão entre eles — do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em português), contra o racismo e violência policial contra negros.

Em 12 de março de 2021, a cidade de Minneapolis concordou em pagar US$ 27 milhões (cerca de R$ 150 milhões) à família de Floyd para que fosse encerrado um processo contra a cidade. Segundo advogado da família Floyd, Jacob Frey, foi o maior acordo pré-julgamento de um processo por homicídio culposo na história do país. 


Confira a reportagem original com vídeo no site da CNN Brasil

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