Maicon Hinrichsen / Palácio Piratini |
A proximidade do inverno foi destacada como mais um motivo que causa preocupação aos governadores do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, uma vez que a queda das temperaturas faz surgir uma série de outras doenças respiratórias.
“No Rio Grande do Sul, estamos observando uma redução de casos e de internações, mas ainda num patamar muito elevado de ocupação das nossas UTIs e de leitos clínicos, porém sabemos que a mudança do clima traz novas demandas que farão com que mais pessoas busquem atendimento. Por isso, apelamos à ONU para que colabore no sentido de articular internacionalmente para que o Brasil possa vir a ser priorizado na entrega de vacinas, para que possamos conter o avanço do coronavírus nas diversas regiões do país”, ponderou Leite.
Mesmo que o Rio Grande do Sul tenha quase triplicado o número de leitos de UTI SUS em um ano – eram 933 em março de 2020 e, agora, são 2.473 –, a alta demanda de pacientes com Covid-19, acrescida de um crescimento de procura devido a outras doenças respiratórias, pode acarretar no colapso do sistema hospitalar.
“É muito importante que possamos ouvir vocês sobre assuntos que nos desafiam, como a ampliação da vacinação, quebra de patentes e produção de medicamentos e vacinas. Meu compromisso com vocês é de que a ONU vai redobrar os esforços para auxiliar o Brasil na ampliação da imunização e aquisição de equipamentos e medicamentos. Mas sabemos que isso não é suficiente. A resposta para o coronavírus depende não apenas da vacinação, mas principalmente de cuidados sanitários”, observou a quinta secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina Mohammed.
O Rio Grande do Sul tem liderado o ranking de agilidade na vacinação entre os Estados brasileiros. Das 3.604.700 doses recebidas pelo Estado, 3.313.279 já foram distribuídas aos municípios gaúchos. Quase 2 milhões de pessoas (1.867.080) já receberam a primeira dose, o que equivale a 36,7% da população pertencente aos grupos prioritários. A segunda já foi aplicada em 480.564 pessoas, ou 9,5% dos grupos prioritários.
Além disso, o RS utiliza um sistema chamado de modelo de Distanciamento Controlado que analisa, semanalmente, 11 indicadores de propagação do vírus e de capacidade hospitalar. O modelo propõe protocolos sanitários que devem ser adotados pelas regiões, conforme a classificação da rodada. Nesta sexta-feira (16/4), ele chega à 50ª rodada e traz, pela oitava semana consecutiva, todo o Estado em bandeira preta, o que significa risco altíssimo – alta propagação do vírus e alta pressão hospitalar.
O consultor sênior do diretor-geral da OMS, Bruce Alyward, destacou que a organização está ciente da gravidade da situação enfrentada pelo Brasil. “Trabalhamos para, além da antecipação de vacinas, que o Brasil possa acessar doses extras de países da Europa e da América do Norte. Também queremos acelerar a importação dos insumos necessários para a produção de doses. Estamos cientes e fazendo o possível, mas reforçamos a importância de medidas de distanciamento social e testagem. Por maiores que sejam os efeitos econômicos, essas medidas são necessárias”, explicou.
Com informações do Governo RS
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