Vacinação em massa: a cidade paulista de Serrana conclui imunização contra Covid-19

Em uma iniciativa inédita em todo o país, a cidade de Serrana, no interior de SP, concluiu neste domingo (11) uma vacinação em massa contra Covid-19 por meio de uma iniciativa do Instituto Butantan. A conclusão da operação acontece exatamente um dia após completar 72 de emancipação política. O Projeto S, estudo clínico conduzido pelo instituto, começou no dia 17 de fevereiro e tem como objetivo entender como a imunização acontece em populações inteiras e se, com isso, é possível frear a contaminação pelo coronavírus. Quase 28 mil dos cerca de 45,6 mil habitantes receberam as duas doses da CoronaVac. Segundo o diretor de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, os resultados do programa de imunização começarão a aparecer nas próximas cinco, seis semanas. “Não esperamos que a vacinação vá produzir efeito imediato. Ela precisa, agora, atuar no organismo de cada um. E esse período está apenas começando, essa semana, para o primeiro grupo que recebeu a vacina”, explicou, acrescentando que, em meados de maio, a equipe de pesquisa divulgará novos resultados.


Reprodução do Facebook da Prefeitura Municipal de Serrana

O estudo analisa a eficácia da CoronaVac contra a transmissão do coronavírus e a queda de mortes da doença, enche de esperança os moradores para um futuro sem pandemia na cidade a 315 quilômetros da capital paulista. No município, a imunização não incluiu crianças e mulheres grávidas,.

"Que venham tempos melhores para todos nós. Tempo de fé, de acreditar, de sonhar, de retornar às nossas rotinas, com nossas famílias, amigos, no nosso trabalho – no meu caso, nas escolas, com toda a criançada alegrando o dia a dia", afirma Leila Lima, de 47 anos, professora na rede municipal de Serrana.

Os postos de saúde do município aplicaram neste domingo a segunda dose da CoronaVac nos voluntários restantes do grupo azul, o último dos quatro em que o projeto foi dividido para organizar a vacinação, iniciada em fevereiro em oito escolas preparadas e monitoradas para aplicar o imunizante, além de coletar e analisar os dados da pesquisa.

Antes de receber o reforço vacinal, as mulheres foram submetidas a exames de sangue, devido à possibilidade de uma eventual gestação no intervalo entre a aplicação da primeira e da segunda dose. Em torno de 30 mil pessoas foram consideradas aptas para participar do projeto, que deve atingir um total aproximado de 28 mil pessoas imunizadas ao longo de quatro fases, que dividiram a cidade em grupos:

Grupo verde: 6.763 voluntários (1ª dose) / 6.350 voluntários (2ª dose);

Grupo amarelo: 6.470 voluntários (1ª dose) / 6.045 voluntários (2ª dose);

Grupo cinza: 6.049 voluntários (1ª dose) / 5.575 voluntários (2ª dose);

Grupo azul: 8.425 voluntários (1ª dose)/ 3.985 voluntários até quinta-feira (2ª dose).

Por terem ficado de fora dos testes nas fases anteriores dos estudos sobre a vacina, somente não puderam ser imunizadas mulheres grávidas ou em amamentação, quem teve febre 72 horas antes da vacinação e pessoas com doenças graves.

Quem foi vacinado por intermédio do estudo será monitorado ao longo de um ano, em um programa de vigilância com auxílio de uma inteligência artificial criada em parceria com o WhatsApp. Resultados preliminares da pesquisa, porém, devem ser divulgados ainda em maio.

Apesar de não associarem impactos à vacinação, profissionais de saúde locais relatam ter percebido sinais de queda nas hospitalizações e na incidência de casos graves da Covid-19.

Este é um dos efeitos esperados da vacina. O Instituto Butantan, porém, diz que ainda não é possível tirar conclusões sobre o estudo, já que a resposta imunológica é esperada somente duas semanas após a aplicação da segunda dose da CoronaVac.

Com informações do G1 e JovemPan

Veja reportagem completa do G1 sobre este assunto



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