Aos poucos, os museus começam a reabrir as suas portas ao redor do planeta. Conhecidos locais de arte oferecem programações especiais com muita segurança e observação de protocolos. A retomada, que era para ser gradual nos Estados Unidos e Europa, tem proporções tão rápidas que já tem até mesmo um novo termo da moda sento muito ouvido: o chamado "desconfinamento".
Bares, museus, cafés e cinemas estão na lista das reaberturas de países como a Bélgica, Itália, Holanda, Polônia e na Dinamarca, onde o Museu Nacional instalou pequenas barracas para comprovar que cada visitante, que deve usar obrigatoriamente uma máscara, tenha seu "coronapasse". Lá, as casas de festa ainda permanecem fechadas, mas os cinemas, teatros e salas de concertos voltaram a abrir no último dia 6 de maio.
Museu do Vaticano, foto de Corey Buckley/Unsplash |
Retomada cultural no Brasil
No Brasil, um dos destaques é o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o MAM-Rio, que retoma duas exposições retrospectivas, incluindo a maior mostra de esculturas da história da instituição. Saem da hibernação as obras de Fayga Ostrower e de Marcos Chaves, e também inaugurando uma terceira exposição, ainda maior: "Estado Bruto" com 126 esculturas e objetos do acervo do MAM, de 106 artistas de épocas e países variados, formando a maior mostra do gênero já abrigada ali. A exposição é o resultado de um trabalho de redescoberta crítica do acervo do museu carioca, que abarca quase 16 mil obras. No Rio de Janeiro também reabriram o Museu do Amanhã e Museu de Arte do Rio.
Já em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta, o famoso museu ao ar livre de Inhotim passou a receber novamente o público, depois de mais de um ano com as portas fechadas. O local contou com consultoria especializada que definiu os protocolos de segurança contra a Covid-19. Apesar de ser um museu a céu aberto, o Inhotim tem alguns espaços que foram interditados por serem confinados ou por promoverem interação. As galerias também passam a funcionar com número limitado de visitantes.
Parques, restaurantes, cinemas e museus reabriram em São Paulo na chamada fase de transição. Também no Paraná vários museus já abriram novamente suas portas.
Também com novidades em suas estruturas e trazendo novas exposições, a Casa de Cultura Mario Quintana e o Museu Julio de Castilhos reabriram na semana passada. Por enquanto, só é possível entrar utilizando máscara e depois de medição de temperatura corporal. As visitações ocorrem em grupos restritos, sendo previamente agendadas.
Sempre com entrada gratuita, o Margs estará aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 19h (o último acesso do público é às 18h). Já as visitas mediadas têm duas faixas de horário: de terça a sábado, das 11h às 12h e das 14h às 15h. Entre os protocolos adotados, está o limite de 15 visitantes simultâneos (em grupos de até seis pessoas), uso obrigatório de máscara, medição de temperatura e distanciamento de dois metros.
A partir desta terça, estarão em cartaz duas novas mostras: Lia Menna Barreto: A Boneca Sou Eu – Trabalhos 1985-2021, e 5 CASAS, de Bruno Gularte Barreto.
Ocupando todos os espaços expositivos do primeiro andar do museu até o dia 8 de agosto, as obras de Lia Menna Barreto trazem um extenso panorama de sua trajetória. Com curadoria de Dalcol e Fernanda Medeiros, a exposição apresenta objetos, esculturas, sedas, instalações, pinturas e desenhos realizados desde 1985.
Nascida no Rio de Janeiro, Lia cresceu em Porto Alegre e começou sua trajetória no Estado. Aos 62 anos, vive em seu sítio em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, onde segue atuante em seu ateliê. A artista faz parte da chamada Geração 80 no Rio Grande do Sul, tendo inserção no circuito da arte contemporânea brasileira e internacional.
Já 5 CASAS, de Bruno Gularte Barreto, integra o programa expositivo Poéticas do Agora, dedicado a artistas atuais cuja produção recente tem se mostrado promissora e relevante. O financiamento é da Lei Aldir Blanc, e a realização, da Estranho Produções e da Primeira Fila Produções. Bruno apresenta no Margs um projeto que também envolve a realização de um livro. Um desdobramento em filme também está nos planos. Até 11 de julho, a mostra ocupa a Galeria Iberê Camargo e a Sala Oscar Boeira, no segundo andar.
A exposição apresenta uma série de fotografias, instalações, objetos e vídeos que abordam os conceitos de memória, autobiografia e autoficção. 5 CASAS retrata a busca pelas memórias de infância do artista de 39 anos, transitando por suas complexidades e contradições. As imagens e informações para o projeto foram colhidas em Dom Pedrito, cidade natal do artista.
Para as próximas semanas, haverá o retorno da mostra de longa duração Acervo em Movimento, que opera com um modelo de rotatividade de obras das coleções da instituição.
Entre os planos futuros para o Margs, está a remontagem da primeira exposição do museu, realizada em 1955, chamada Arte Brasileira Contemporânea. Também está prevista uma mostra que deve trazer parte da coleção privada de arte contemporânea brasileira do colecionador gaúcho Paulo Sartori. Nos próximos meses, também terá início o projeto Presença Negra no Acervo do Margs, discutindo questões raciais no campo da arte e resultando em uma exposição em 2022. No segundo semestre do ano que vem, o museu deve receber a Bienal de Artes Visuais do Mercosul.
Da Redação #AtitudePositiva, com informações do site Mercado e Eventos, Nossa UOL, Governo do Estado do Paraná, Diário de Cuiabá, Isto É, Executive Digest, G1, GZH e Correio do Povo
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