Google e Fundo Baobá vão apoiar dez ONGs negras com R$ 1 milhão

O Fundo Baobá para Equidade Racial, com apoio do Google.org, braço filantrópico do Google, lançou no dia 5 de maio um edital para apoiar entidades negras que atuam no enfrentamento do racismo, da violência racial e incorreções que ocorrem dentro do sistema de Justiça Criminal no Brasil.

Por meio do edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça, a iniciativa vai selecionar 10 entidades brasileiras e apoiá-las com R$ 100 mil para cada e, assim, garantir a execução de projetos que viabilizem ações de enfrentamento a esses problemas.



Além do aporte financeiro, cada uma das 10 entidades receberá suporte técnico para o fortalecimento institucional das organizações, participarão de jornadas formativas.

As lideranças das entidades selecionadas receberão, de forma virtual, capacitação e ferramentas de planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de projetos, captação de recursos, entre outros temas importantes para o fortalecimento institucional.


As organizações interessadas devem apresentar suas propostas para um dos temas a seguir:

a) Enfrentamento à violência racial sistêmica;

b) Proteção comunitária e promoção da equidade racial;

c) Enfrentamento ao encarceramento em massa entre adultos e jovens negros e redução da idade penal para adolescentes;

d) Reparação para vítimas e sobreviventes de injustiças criminais com viés racial.

As inscrições poderão ser feitas até 6 de junho, às 23h59 (horário de Brasília) no site do Fundo Baobá para Equidade Racial.


Enfrentamento ao racismo

“No ano em que o Fundo Baobá celebra 10 anos de existência, o lançamento do Programa Equidade Racial e Justiça e deste edital é uma oportunidade para a comunidade negra intervir em alguns efeitos e promover mudanças positivas. Apenas as ações de políticas públicas não têm sido suficientes para conter a crescente escalada de violências e outras violações de direitos que assolam a população negra brasileira”, diz Selma Moreira, diretora executiva do Fundo Baobá.

A ação filantrópica financiada por Google.org e liderada pelo Fundo Baobá voltada para grupos coletivos negros, organizações e movimentos sociais também negros, é resultado de um esforço coletivo para o enfrentamento ao racismo e promoção da equidade racial.

O edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça será mais uma oportunidade de a população negra fortalecer estratégias de ativismo e resistência frente às injustiças raciais recorrentes, envolvendo e engajando comunidades, vítimas, sobreviventes e aliados.

“Injustiças raciais provocam marcas e traumas que estarão sempre presentes na vida das vítimas, de seus familiares, de suas comunidades. Isso jamais poderá ser completamente reparado. Mas, em muitos casos, poderá ser evitado”, completa a diretora executiva do Fundo Baobá, Selma Moreira.

Em 2020, o CEO do Google e da Alphabet, Sundar Pichai, reafirmou a importância de se reconhecer o racismo como um problema global e reforçou o compromisso de colaborar com o trabalho de organizações atuantes no combate ao racismo e a desigualdade em países como o Brasil.

O Google.org anunciou então a destinação de US$ 500 mil (cerca de R﹩ 2,5 milhões) em doações para organizações sem fins lucrativos que trabalham para promover a justiça racial no país.

O Fundo Baobá foi uma das entidades contempladas pelo Google.org no Brasil por meio de recurso que seria utilizado para a seleção e apoio continuado a organizações de todos os estados brasileiros com foco no enfrentamento ao racismo em suas regiões de atuação.

“Temos um compromisso global por equidade racial e inclusão que no Google se traduz em ações internas e externas, seja adotando medidas para aumentar a representatividade negra em cargos de liderança em nossa empresa, seja apoiando o trabalho de organizações que lutam contra o racismo e a desigualdade”, diz Flavia Garcia, head de Diversidade, Igualdade e Inclusão no Google para América Latina e Canadá.

“Com esse apoio, queremos promover mudanças que sejam significativas e duradouras pela equidade racial no Brasil, ampliando o alcance do legado de transformação social das organizações negras a serem financiadas por meio do Fundo Baobá”.

Além do Fundo Baobá, o Google.org destinou US﹩ 100 mil para o Núcleo de Pesquisa em Justiça Racial e Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), liderado pelos professores Thiago Amparo e Marta Machado, com o objetivo de melhorar a coleta de informações sobre o estado da justiça racial no Brasil, a partir da análise de estudos de caso, dados e visualização das dimensões raciais da violência policial no Brasil.


Sobre o Fundo Baobá

O Fundo Baobá para Equidade Racial é o primeiro e único fundo dedicado exclusivamente à promoção da equidade racial para a população negra no Brasil.

Criado em 2011, o Fundo Baobá é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo mobilizar pessoas e recursos, no Brasil e no exterior, para o apoio a projetos e ações pró-equidade racial para a população negra.

O Fundo Baobá prioriza apoio a iniciativas negras alinhadas a outros três eixos programáticos: educação; desenvolvimento econômico; comunicação e memória.

A missão do Baobá é o desenvolvimento de uma agenda filantrópica para a promoção da equidade racial para a população negra calcada em valores como ética, efetividade na gestão e transparência.

O Baobá faz parte da Rede de Filantropia para Justiça Social.


Sobre o Google.org

O braço filantrópico do Google apoia organizações sem fins lucrativos voltadas a questões humanitárias e aplicam inovação escalável e orientada por dados para solucionar os maiores desafios do mundo.

Aceleramos seus progressos conectando-as a uma combinação única de apoio que inclui financiamento, produtos e conhecimentos técnicos de voluntários do Google.

Buscamos nos envolver com as pessoas que fazem acontecer, causando impacto positivo para as comunidades que representam, e cujo trabalho tem potencial de produzir mudanças significativas.

Queremos um mundo que funcione para todos – e acreditamos que tecnologia e inovação são peças fundamentais para este objetivo.



Com informações do site Capital Econômico

Comentários