Ilha de Paquetá (RJ) inicia vacinação em massa contra a covid-19

A Prefeitura do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram a vacinação em massa na Ilha de Paquetá, um bairro do Rio, às 8h30 deste domingo (20). A população acima de 18 anos será vacinada contra a covid-19. A iniciativa faz parte do projeto Paquetá Vacinada, que completará a distribuição da vacina AstraZeneca a 3.530 moradores cadastrados no serviço de Saúde da Família. Já haviam sido aplicadas 1.971 primeiras doses e 1.344 segundas doses pelo calendário comum municipal.

Twitter do Ministro Marcelo Queiroga


Já funcionaram neste domingo quatro pontos diferentes de distribuição na ilha (Centro Municipal de Saúde Manoel Arthur Villaboim ,Parque Darke de Mattos, Paquetá Iate Clube e Casa das Artes Paquetá), das 8h30 às 16h. Toda a população da ilha será vacinada até setembro, mesmo mês em que o prefeito Eduardo Paes pretende realizar um carnaval fora de época como uma espécie de evento-teste.

Turistas e visitantes que estiveram na ilha não puderam receber a vacina, apenas os moradores cadastrados no programa.

Moradores serão monitorados por 12 meses

Os moradores da ilha cadastrados serão monitorados ao longo de 12 meses, uma parte deverá ser chamada para repetir exames de acompanhamento e verificação dos anticorpos adquiridos após a vacinação com a primeira e segunda dose. Cerca de 70% da população local foi testada, incluindo 421 crianças e adolescentes, das quais 21% tiveram resultado positivo para a exposição à covid-19.

O acompanhamento da população da ilha terá por objetivo avaliar a segurança do imunizante e como a vacinação em massa atua na proteção também de pessoas que não foram vacinadas, como é o caso das crianças e adolescentes. Além de observar se a primeira dose da vacina será capaz de evitar a transmissão dos casos na região ou se isso só acontece efetivamente com a segunda aplicação, que será feita após oito semanas.


Promessa de vacina

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse, em sua visita a Paquetá, que "o Programa Nacional de Imunização (PNI) é a esperança de por fim à pandemia de covid-19 no país". Em participação da vacinação em massa da ilha de Paquetá, o ministro disse que o PNI tem capacidade de vacinar até 2,4 milhões de brasileiros por dia. “Até o final do ano, toda a população brasileira acima de 18 anos será imunizada contra a covid-19, com as duas doses da vacina. O passaporte para a nossa liberdade”, disse o ministro.

O ministro disse que o Ministério da Saúde adquiriu mais de 630 milhões de doses de vacinas e que, desse total, mais de 110 milhões de doses foram distribuídas. Segundo Queiroga, o Brasil se encontra entre os cinco países que mais distribuíram doses de vacinas para a sua população. 

Queiroga e outras autoridades da área de saúde foram a Paquetá para o dia de imunização em massa dos moradores da ilha. Na quinta-feira (17), o trabalho começou a ser realizado com a coleta de amostras de sangue para testes sorológicos em moradores de Paquetá que se apresentaram como voluntários. Entre os objetivos, o estudo quer monitorar a "soroconversão", isto é, quem era soronegativo (não tinha anticorpos) e passou a ser soropositivo (com anticorpos). A pesquisa será capaz de diferenciar quem passou a ter anticorpos por causa da vacina e quem os adquiriu devido a uma infecção, e isso ajudará a verificar, entre outros pontos, o nível de proteção coletiva que será alcançado. Segundo o secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro Daniel Soranz, 70% da população da lha participou do teste.

Fiocruz agradece

A presidente da Fiocruz Nísia Trindade agradeceu a disponibilidade dos moradores da ilha em participar da pesquisa. Ela disse que “vacinar é sempre uma emoção, quando pensamos na importância das pesquisas que avaliam a vacina e o impacto na transmissão, como está sendo feito aqui em Paquetá”.

Lamento pelas 500 mil mortes

No evento, Queiroga lamentou profundamente todas as 500 mil vidas perdidas para a covid-19. “Não só os que morreram, mas os que ainda padecem dessa doença. É uma emergência de saúde pública internacional. Não é um problema exclusivo do Brasil e para enfrentá-lo a principal ferramenta é o Sistema Único de Saúde”.

Com informações do Jornal O DIA e Agência Brasil



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