Músico de Porto Alegre ganha bolsa de mestrado em conservatório de Nova York

Pelos próximos dois anos, o violonista Eduardo Guterres se dedicará a uma tarefa que é o sonho de muitos músicos: cursar um mestrado em Perfomance Musical e Violão Clássico na Manhattam School of Music, em Nova York.


Bruno dos Anjos/oCorre Lab

O músico, formado pela UFRGS e participante de um dos maiores programas de formação musical no país, foi aprovado no conservatório após uma audição presencial, em março de 2020, semanas antes do início da pandemia. Por cerca de 20 minutos, ele apresentou músicas de J.S. Bach, Mauro Giuliani, William Walton e Sérgio Assad.

Aprovado, ele ganhou uma bolsa que irá financiar os estudos e a moradia na cidade americana.

"Foi um dos momentos mais especiais da minha vida. A sensação de pensar 'olha onde a música me trouxe' e estar em Nova York, que eu via em filmes. De uma hora pra outra, eu estava lá fazendo uma audição pra uma banca", conta.

A formação iniciaria em setembro do ano passado, mas devido à pandemia, foi adiada para este ano. Com a reabertura da cidade após o avanço da vacinação, as aulas presenciais foram retomadas na Manhattan School of Music, e Eduardo se prepara para embarcar em agosto.

Programa Madga Tagliaferro

A ida para os Estados Unidos foi preparada enquanto Eduardo participava do Programa Madga Tagliaferro, promovido pela Sociedade Cultura Artística para fomentar a formação de músicos, para o qual o violonista foi selecionado em 2019.

"A proposta principal é alavancar a carreira de jovens músicos e a oportunidade de estudar no exterior", explica. Eduardo morou por um ano e meio em São Paulo, onde realizou aulas pelo programa, além de participar de concertos e se preparar para a seleção na escola americana.

Na Capital paulista, estudou e tocou com dois dos maiores violonistas do país, Paulo Martelli e Fábio Zanon. "Eu era fã, conhecia de Spotify e Youtybe e de uma hora pra outra, estava fazendo aula com eles", afirma.

A inscrição na seleção da Manhattan School of Music e as provas foram viabilizadas pela Sociedade Cultura Artística. Serão dois anos de estudos focados em performance, para realizar um dos objetivos de Eduardo, o de virar um músico concertista e se apresentar em todo o país e no exterior.

"Quero tocar o máximo possível. Também tenho um plano: eu gosto muito de dar aula. Esses dois objetivos andam em paralelo", afirma.


Participação em projeto da UFRGS

A trajetória de Eduardo na música começou ainda na infância: aos 7 anos, foi inscrito pela mãe no Projeto Prelúdio, criado pela UFRGS para desenvolver a educação musical ainda na infância. Começou tocando flauta doce, mas por volta dos 11 anos, trocou para o violão.

"Nunca mais larguei. Quando acabei o Prelúdio, com 17 anos, entrei na UFRGS para fazer bacharelado em Música. Quando eu tinha 14 ou 15 anos eu tinha certeza que ia fazer faculdade de violão", afirma.

Eduardo aposta na valorização dos concertos e da música instrumental pelo público. "Tem espaço, inclusive agora com esses vários editais, de fomento e de apoio, como a Lei Aldir Blanc, tem muita gente conseguindo fazer projetos incríveis com a música. A gente tem que estar sempre esperto de como se inscrever nesses editais", avalia.

Com informações do site G1



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