ARTIGO: quando a pandemia vai acabar? - por Renato Martins

A pergunta que mais as pessoas fazem, mentalmente, ou quando se encontram, ou ainda, quando estão na frente de um cientistas ou pesquisador na área de saúde: quando vai acabar a pandemia? 

Quando poderemos nos sentir mais seguros, retomando uma certa normalidade, voltando a encontrar os amigos e parentes num ritmo e condições normais? 

A boa notícia é que alguns especialistas estão se arriscando a fazer algumas previsões: com o avanço da imunização, a queda da ocupação dos leitos por COVID e a lenta diminuição de casos e mortes no Brasil, já é possível sonhar com algumas datas. 

Recentemente, em artigo na Folha de São Paulo, o epidemiologista Pedro Hallal, professor e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas e coordenador do Epicovid-19, o maior estudo epidemiológico sobre coronavírus no Brasil, disse que, dentro de uma margem de erro, o fim da pandemia estará próximo entre novembro deste ano até fevereiro de 2022. 

A vice-diretora geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão, também já concedeu entrevistas afirmando que a expectativa é que a fase aguda da pandemia de Covid-19 seja controlada no final deste ano. Já o diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, não é tão otimista: ele diz que o vírus continua ativo e não dá para marca a data final para em dezembro, mas acredita que poderemos interromper as hospitalizações, as mortes e a tragédia que esta pandemia traz.

A Confederação Brasileira de Futebol, nessa semana, marcou como setembro o mês da possibilidade de retorno do público aos estádios, obviamente, com a aprovação das autoridades médicas e governantes de cada estado. 

E ainda uma curiosidade: uma plataforma digital desenvolvida por um consórcio de universidades brasileiras, inclusive com a participação da USP, está projetando o dia exato que os brasileiros serão imunizados da Covid-19. O Vacinômetro aponta atualmente que a população brasileira estará totalmente imunizada no dia 15 de setembro de 2023, o que não é muito animador. Esta muda todos os dias, conforme os cálculos da cobertura vacinal e sua progressão no país.

Clique aqui para ver este painel e a projeção da data de imunização total.

Uma coisa é certa: chegará o dia em que a Organização Mundial da Saúde declarará o fim da pandemia de Covid-19. E pelo jeito os indicadores apontam para a virada no ano, ou seja, quase dois anos depois da chegada do Coronavírus no Brasil. 

Segundo a coluna de Pedro Hallal, a tendência das curvas da COVID é nitidamente de declínio. Ainda que o Brasil siga com um ritmo médio de vacinação, o médico chama a atenção para é os números que melhoraram e que a falta de doses deixou de ser rotina para virar exceção. E, felizmente, segundo ele, as vacinas têm cumprido o seu papel com grande qualidade. 

Todos aqueles questionamentos sobre segurança e eficácia das vacinas foram respondidos com ótimos resultados, de forma que a vacinação continua tendo alta popularidade no Brasil, diferentemente de alguns políticos, diz Hallal em Sua coluna na folha de São Paulo. 

É claro que há pontos negativos ponderados por ele, como as variantes que continuam representando uma ameaça. E conforme o epidemiologista, precisamos estar atentos às novas variantes e evitar sua disseminação na origem, logo que elas surjam.

A falta de cuidados básicos também representa uma ameaça à queda dos números da Covid-19 no Brasil. Ao mesmo tempo em que algumas medidas preventivas podem ser gradativamente flexibilizadas, não é razoável “chutar o balde”, deixando de usar máscaras e participando de aglomerações. Grandes grupos só podem se reunir com protocolos rígidos de testagem.

Ele lembra que o negacionismo segue também jogando a favor do time do vírus: "a incapacidade do presidente e de uma parte de seus apoiadores de ouvirem a ciência e admitirem seus erros é inexplicável e indefensável."

O responsável por toda essa mobilização em busca da imunização, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga diz que a "pandemia só vai terminar com uma campanha de vacinação eficiente", e que trabalha diariamente para conseguir mais vacinas. Ele informou que já foram entregues 105 milhões de doses a estados e municípios, e acredita que, até o final deste ano, toda a população vai estar vacinada no país.

"Nenhuma pandemia dura para sempre. O quanto ela dura depende muito da nossa capacidade de colaborar. Então, o comportamento de pessoas é essencial para o controle de uma pandemia", a microbiologista Natalia Pasternak.

Ou seja, se você quer saber a data do fim da pandemia, colabore fazendo a sua parte.


Renato Martins, jornalista e professor, editor da Rede #AtitudePositiva.

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