Jovens aprendizes produzem casinhas para cães de moradores de rua atendidos em abrigos da Capital

De uma provocação da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), surgiu um projeto que tem auxiliado cães de moradores de rua. Duas instituições de Porto Alegre, o Pão dos Pobres e a Rede Calábria, produziram 20 casinhas para pets, que foram entregues à Fasc e distribuídas pela entidade em abrigos da Capital. A iniciativa foi um retorno do contato da fundação feito com as instituições da sociedade civil.

Elizandro Mallet/Pão dos Pobres

A ação integra parte da Operação Inverno, tocada pela Fasc neste período mais complicado do ano para quem vive em situação de vulnerabilidade social. Desde 1º de julho, quando começou a operação, 120 pessoas em situação de rua aceitaram o acolhimento em hospedagem na nova modalidade oferecida pela Fasc, chamada de pousada. Neste modelo, as pessoas podem ficar sete meses nos locais, garantindo a proteção e tempo para que reorganizem as suas vidas. O acesso é realizado a partir de avaliação técnica das equipes da Fasc.

Os acolhidos nesta fase estão hospedados em 12 espaços localizados nos bairros Floresta, Santana, São João e Centro, dos quais 10 têm lugar para animais de estimação. E em dois espaços estão os 20 abrigos para animais de estimação. Conforme a Fasc, quatro cães já foram recebidos junto aos seus tutores. 

As casinhas confeccionadas por estudantes de cursos de Marcenaria de Pão dos Pobres e Calábria foram instaladas nos canis destes locais. Os animais de estimação são um dos motivos que afastam moradores de rua dos abrigos. Como muitos espaços têm restrições quanto aos bichinhos, a maioria prefere permanecer na rua do que abandoná-los. Com o espaço para os pets também valorizado, a chance de uso das pousadas públicas é maior.

Estímulo

Do total de estruturas, 10 foram produzidas no Pão dos Pobres. Professor do curso de Marcenaria do local, Elizandro Mallet conta que os estudantes ficaram empolgados com a oportunidade de fazer algo que teria efeito prático. Segundo ele, em todo final de curso – que dura cerca de um ano –, os estudantes trabalham em algum projeto que seja benéfico para a sociedade. Esta, entretanto, foi a primeira vez que os animais de estimação ganharam vez na iniciativa. 

– A gente sempre se preocupa tanto com ajudar as pessoas que esquece dos bichinhos. Mas eles também merecem tanto carinho e cuidado quanto nós – pontua o professor.

Conforme Elizandro, as 10 casinhas do Pão dos Pobres foram produzidas durante a primeira quinzena de julho e entregues à Fasc no mesmo período.

Profissionalizante e com viés social 

Os estudantes do Pão dos Pobres fazem o curso de Marcenaria na modalidade jovem aprendiz. Durante o tempo de estudo, esses jovens recebem assistência às suas necessidades básicas. 

– Assim, aproveitamos esta oportunidade para envolvê-los nessa ação. É uma forma de mostrarmos que nem sempre precisamos de valores financeiros para ajudar alguém – destaca o instrutor.

Segundo Elizandro, cerca de 10 alunos estiveram envolvidos no projeto de confecção das casinhas.

Com informações de GZH




Comentários