RS tem três universidades entre as melhores do mundo em ranking chinês

Três universidades gaúchas – todas federais – figuram na edição de 2021 do Academic Ranking of World Universities (ARWU), conhecido como ShanghaiRanking, que divulga anualmente as mil melhores instituições de Ensino Superior do mundo. O Rio Grande do Sul é o segundo Estado brasileiro com mais universidades no levantamento, atrás apenas de São Paulo.

Foto: arquivo Secom/UFRGS


Realizado desde 2003, o ShanghaiRanking foi criado pela Shanghai Jiao Tong University, na China, e desde 2009 é mantido pela Shanghai Ranking Consultancy, organização independente em inteligência de Ensino Superior que não está legalmente subordinada a nenhuma universidade ou agência governamental. Especialistas da área de avaliações institucionais consideram este um dos rankings mundiais mais importantes – especialmente para universidades dedicadas à pesquisa.

O Brasil tem 21 instituições no levantamento. A melhor gaúcha ranqueada é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que aparece na segunda colocação entre as brasileiras, junto com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Como líder nacional, está a Universidade de São Paulo (USP). As outras duas representantes do Estado são a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Desde 2008, quando entrou no ShanghaiRanking, até o ano passado, a UFRGS se mantinha na faixa mundial entre o 401º e o 500º colocado. Neste ano, a instituição subiu para a faixa entre o 301º e o 400º lugar. A melhora se deve, segundo a secretária de Avaliação Institucional da instituição, Soraya Tanure, principalmente à pontuação alcançada pela federal no índice “Pesquisadores altamente citados”: antes era zero e, agora, foi 10,3.

— Esse índice tem peso em torno de 20% na pontuação total do ranking. Por isso, acabamos subindo. Não temos como dizer se foi porque se produziu mais ou se os pesquisadores só foram mais citados, mas acreditamos que, ao aumentar o número de publicações internacionais, a visibilidade dos pesquisadores aumenta — observa Soraya.

O ranking considera os seguintes indicadores: qualidade da educação, qualidade da instituição (dividido em colaboradores que ganharam prêmios e pesquisadores altamente citados), resultado da pesquisa (dividido em artigos publicados na revista científica Nature and Science e artigos indexados na base de dados Science Citation Index Expanded and Social Science Citation) e desempenho per capita.

Apesar de o resultado nos rankings não ser um fim, e sim uma ferramenta para as universidades entenderem quais seus pontos fortes e fracos, a expectativa da UFRGS é de ter um desempenho ainda melhor nos próximos anos, quando a produção de trabalhos científicos referentes à covid-19 será levada em conta. Na edição de 2021, foram considerados artigos publicados de 2016 a 2020, mas, como há uma lacuna temporal entre o envio de um trabalho para uma revista científica e o seu aceite e publicação, boa parte dos textos foi escrita até 2019.

— O resultado atual não reflete o trabalho que se fez durante a pandemia, e acreditamos que, nos próximos anos, a UFRGS se manterá muito bem porque fez vários projetos de pesquisa em situações relacionadas à pandemia — analisa a secretária da instituição.

A universidade tem o desafio de seguir realizando um trabalho cada vez mais qualificado, mesmo com os cortes orçamentários percebidos nos últimos anos. Para isso, a instituição aposta em investimentos no ensino, por meio da Pró-Reitoria de Graduação, e na busca de recursos e parcerias externas, por meio da Pró-Reitoria de Inovação e Relações Institucionais, que vão desde o apoio na infraestrutura até a obtenção de bolsas para pesquisadores.

Universidades brasileiras nas melhores posições no ShanghaiRanking:

  • Posição 101-150 – Universidade de São Paulo (USP)
  • 301-400 – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • 301-400 – Universidade Estadual Paulista (Unesp)
  • 301-400 – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
  • 401-500 – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • 401-500 – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Posição 501-600 – Universidade de Brasília (UnB)
  • 601-700 – Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • 601-700 – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • 601-700 – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
  • 701-800 – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
  • 701-800 – Universidade Federal Fluminense (UFF)
  • 701-800 – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
  • 801-900 – Universidade Federal do Ceará (UFC)
  • 801-900 – Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • 801-900 – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • 801-900 – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • 901-1000 – Universidade Federal da Bahia (UFBA)
  • 901-1000 – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
  • 901-1000 – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
  • 901-1000 – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
Com informações de GZH



Comentários