Cidades gaúchas vacinam em shoppings, parques e boates para reduzir abstenção

Após oferecer vacinas contra a covid-19 em todos os municípios e superar, na semana passada, 90% da população acima dos 18 anos com a primeira dose e 50% com o esquema vacinal completo, o Rio Grande do Sul adentra novo patamar no combate à epidemia: buscar quem ainda não se apresentou. Para isso, prefeituras vão a shoppings, estádios, parques e até boates.

Mais de 870 mil gaúchos estão aptos, mas ainda não receberam a primeira dose, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-RS). Já 563.990 pessoas poderiam ter recebido segunda dose no RS e não receberam, segundo SES. Autoridades trabalham com os resultados da pesquisa do Datafolha de julho que mostrou que 94% dos brasileiros pretendiam se vacinar, 5% não e 1% não sabia.

Em termos práticos, isso possibilitaria, no Rio Grande do Sul, margem para aplicar a primeira dose em mais 5% dos gaúchos aptos a se vacinarem e a segunda dose em 45%– ainda que a meta do Palácio Piratini e das prefeituras seja de vacinar 100% de todos os habitantes possíveis.

Cristiane Barcelos / Prefeitura de Caxias do Sul/Divulgação

O governo do Estado e o Conselho de Secretários Municipais do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) afirmam que a abstenção em território gaúcho é mais baixa do que a registrada em outros Estados e entendem que a busca de quem ainda não se vacinou corre bem. Hoje, o Rio Grande do Sul é segundo Estado que mais aplicou a primeira dose e terceiro na cobertura de duas doses, segundo dados do Portal Covid-19 no Brasil.

— Há resistência em idosos em fazer a segunda dose porque pode dar reação. Mas acho que até novembro teremos nossa população toda vacinada com duas doses. Com a terceira dose, teremos novo planejamento — comenta Diego Espíndola, secretário-executivo do Cosems e secretário de Saúde de Piratini.

A secretária-adjunta de Saúde do Rio Grande do Sul, Ana Costa, ressalta que a estratégia de ir atrás dos não vacinados difere conforme o grupo-alvo: jovens precisam ter a vacinação próximo, enquanto trabalhadores precisam de horário noturno. O governo já realizou duas edições do Prêmio Te Vacina RS, que valoriza municípios com alta cobertura.

— Caxias do Sul fez a Vacinight para os jovens (veja a seguir), que não estão aderindo com tanta facilidade quanto idosos e outros grupos. Para a população entre 30 e 40 anos, municípios abriram vacinação de noite, para quem trabalha em turno comercial — afirmou em entrevista ao site GZH.

Segundo o Cosems-RS, as estratégias mais comuns das prefeituras para ir atrás dos não vacinados envolvem enviar agentes comunitários aos bairros, instruir médicos a cobrarem vacina durante consultas de rotina em postos de saúde e ligar ou enviar mensagens por WhatsApp. Já municípios maiores, impossibilitados de visitarem todas as casas, focam em descentralizar a aplicação.

Clique aqui para ver alguns bons exemplos no país na reportagem de GZH








Comentários