Lembram quando os trens eram um meio de transporte seguro, eficaz e confiável no Brasil? As nossas linhas cortavam o imenso Brasil e uniam as distantes regiões do país, com viagens mais baratas e menos poluentes. Depois do auge das nossas locomotivas na década de 60, a prioridade foi investir no modal rodoviário e aí as ferrovias começaram a ser sucateadas em nosso território brasileiro. Atualmente, o estado da malha ferroviária nacional está igual ao seu estado nos anos 50.
“Vamos discutir aqui a renovação antecipada da malha sul com investimentos na ordem de R$ 10 bilhões nos três estados revitalizando alguns trechos que estavam sem uso e liberando trechos que não eram utilizados para usarmos através de chamamentos público em outros players”, afirma.
O Rio Grande do Sul possui, atualmente, uma malha de mais de 3 mil quilômetros de linhas e ramais ferroviários utilizadas para cargas. Desse total, mais de mil quilômetros estão desativados. A ideia, segundo o Ministério dos Transportes, é fazer um planejamento para os próximos 30 anos com novos contratos que preveem “gatilhos de garantia de investimentos” que até então não existem. “Com isso, a gente vai colocar em nova operação uma parte da malha que não tinha funcionalidade e liberar a malha que não tem mais carga para novos chamamentos públicos. Então, a gente vai transformar o modal ferroviário viabilizando a ferrovia na região, o que diminui o custo logístico e torna os produtos produzidos no Rio Grande do Sul mais competitivos para exportação”, pontua o secretário nacional de Transporte Terrestre.
Costa também falou da importância do Marco Legal Ferroviário já aprovado pelo Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados. “Logo após a aprovação, vamos ter muitos investimentos, inclusive na ferro oeste que acaba abrangendo todo o Rio Grande do Sul e os demais estados da região”, ressalta. O novo Marco Legal das Ferrovias previsto na Medida Provisória 1.065/2021 assinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no dia 30 de agosto, cria condições para aumentar os investimentos privados no setor ferroviário. A medida reduz a burocracia para a construção de novas ferrovias e inova no aproveitamento de trechos ociosos e na prestação do serviço de transporte ferroviário.
Para o presidente da FIERGS, Gilberto Petry “as notícias são auspiciosas, de grande relevância para o setor industrial que precisa urgentemente de opções para levar cada vez mais longe a sua produção”.
Também participaram da reunião o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni; a diretora de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, Karoline Lemos; e o diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT, Luiz Guilherme Mello. O encontro também contou com a participação das Federações das Indústrias de Santa Catarina e do Paraná. Estava prevista a participação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, mas por determinação médica não esteve presente no evento em Porto Alegre.
Maria Fumaça, uma sobrevivente
O passeio de trem mais famoso da serra gaúcha é feito por uma locomotiva conhecida como Maria Fumaça. O trem, porém, é utilizado apenas para a atividade turística. O roteiro é composto por um trecho de 23 quilômetros entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, região conhecida pelos vinhos, queijos e outras delícias, verdadeiros legados deixados pelos imigrantes italianos. Ao longo do percurso, os vagões do trem Maria Fumaça viram palco para apresentações artísticas (de música, teatro e dança), que ficam ainda mais animadas após algumas provas de vinhos, espumantes e sucos de uva oferecidos nas estações em que a Maria Fumaça passa (foto neste post).
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