Empregos nas fábricas brasileiras começam a dar sinais de recuperação

Se a indústria começa a se recuperar, faz barulho. Uma fábrica de pães e alimentos naturais em Divinópolis, no interior de Minas Gerais, chegou a amargar queda de 60% no faturamento por causa da pandemia, mas agora quer crescer.

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A produção vai mudar para um espaço maior, onde também cabe mais gente, além dos 11 funcionários que tem hoje.

“Nós estamos com um plano de inicialmente de contratar quatro vagas em setores diferentes, pois vamos precisar dessas pessoas para desenvolver a nova estrutura física que a gente tem”, disse a empresária Ira Araújo.

Contratar é acreditar no futuro. E, pela primeira vez em mais de um ano, essa confiança da indústria chamou a atenção dos pesquisadores do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Getúlio Vargas, que acompanham os pequenos negócios.

O setor é o que mais pretende contratar nos próximos meses. Ao todo, 21,3% dos empresários da indústria têm planos de ampliar o número de funcionários. No setor de serviços, são 18,9% e, no comércio, 15,1%.

O presidente do Sebrae, Carlos Meirelles, fala sobre o momento da indústria. “A indústria, desta vez, demonstra mais vigor na sondagem. Demonstra mais entusiasmo. E a pesquisa agora deve confirmar essa intenção, essa perspectiva de confiança do setor de indústria, da micro e pequena empresa para retomada do crescimento”, disse.

Os números da Confederação Nacional da Indústria (CNI) já mostram que a geração de emprego no setor começou a reagir: o avanço foi de 4,1% na comparação entre novembro de 2021 e novembro de 2020.

Com a pandemia deixando o trabalho cada vez mais digital, quem tem qualificação tem preferência. De acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o mercado procura por tecnólogos: profissionais de tecnologia formados em cursos de graduação de menor duração, de dois a três anos.

A instituição diz que oito em cada dez formados conseguem um emprego na indústria. “Esse profissional sai com uma formação mais prática e mais aderente ao que a indústria está precisando neste momento. E isso faz com que rapidamente eles sejam absorvidos, e por isso que a gente acredita que esses profissionais conseguem uma empregabilidade tão rápida e tão alta em relação a muitos outros cursos que nós conhecemos”, disse o gerente-executivo de Educação do Senai, Felipe Morgado.

Lucas Azevedo é tecnólogo em automação industrial e trabalha em uma empresa que ele entrou como estagiário durante o curso. Ele viu a pandemia encolher as vagas no setor e, agora, acredita que as portas vão se abrir primeiro para quem tem formação.

“Por conta da pandemia, a gente sabe que muitas empresas tiveram que cortar gastos. Mas agora, na retomada da economia, eu acredito que ter um currículo como tecnólogo, com um curso, com certeza vai te dar muita vantagem?”, falou.


Fonte: Jornal Nacional


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