Pai de vítima da tragédia da Kiss viraliza com foto em Abbey Road, em Londres

O pai de uma das vítimas do incêndio da boate Kiss, ocorrido há exatos nove anos, levou uma homenagem aos 242 mortos para Abbey Road, rua de Londres imortalizada na capa de um disco dos Beatles. Paulo Carvalho perdeu o filho, Rafael, na tragédia. Na icônica faixa de pedestres, no dia 20 de janeiro, ele estendeu um cartaz com a frase "nós todos somos Santa Maria", em inglês.

"A ideia é iniciar uma campanha com artistas e bandas para não utilizarem artefatos luminosos em shows", diz. Morador de São Paulo, Carvalho acompanhou o júri dos quatro réus realizado em Porto Alegre, no início de dezembro de 2021.

Os dois sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o músico Marcelo de Jesus; e o auxiliar Luciano Bonilha foram condenados a penas que variam entre 22 anos e meio e 18 anos de reclusão. Os quatro estão presos.

Sobre o resultado do julgamento, Paulo avalia que a decisão do 2º Juizado 1ª Vara do Júri de Porto Alegre "acabou com a tensão" dos familiares de vítimas.

"Foram nove anos de muito sofrimento pela falta de justiça. A sensação mais forte nos familiares é de alívio e de não ter sido em vão", considera.


Reprodução Arquivo Pessoal

Campanha

Ainda na Inglaterra, em Stockport, cidade na região de Manchester, Paulo disse ao g1 que visita estabelecimentos observando como funciona a prevenção de incêndios. Ele está com a esposa visitando um filho no país europeu.

"Casas têm muito rigor na calefação por gás. Locais de reunião, como clubes e pubs, seguem regras mais rígidas. O que não significa que tragédias não possam ocorrer, mas a incidência é muito menor porque são menos locais inseguros", comenta.

Ele defende uma campanha de conscientização de bandas e músicos para que não utilizem artefatos pirotécnicos em shows.

"A ganância na compra de material para shows pirotécnicos iniciou incêndios na maioria de tragédias no Brasil e no exterior", diz.

Em Santa Maria, a ignição de um sinalizador iniciou o incêndio na boate Kiss. As chamas atingiram o teto da casa noturna, que estava coberto por uma espuma acústica considerada tóxica. Além dos 242 mortos, 636 pessoas ficaram feridas na tragédia.

Fonte: site G1

Assista o comentário do nosso editor Renato Martins sobre este assunto





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