Uma pesquisa sobre os hábitos e preferências da população brasileira em relação à habitação, divulgada nesta semana, mostra que os moradores da região Sul do Brasil são os mais satisfeitos com suas casas. Em uma escala de 0 a 10, a nota média dada para a satisfação com a moradia na região ficou em 8,4. Nas outras regiões, a avaliação não passou de 8,2.
Pixabay |
Também chama a atenção o fato de os sulistas serem os únicos a considerarem a sala o cômodo mais importante da casa (para 34% dos entrevistados, enquanto o quarto aparece em primeiro nas outras quatro regiões do país) e serem os mais propensos a receber amigos no lugar em que moram (83% dos sulistas têm esse hábito, cinco pontos percentuais a mais que o Sudeste, 2º colocado).
Para o gerente de Dados do QuintoAndar, Thiago Reis, os números têm a ver com a condição socioeconômica da população de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Mais satisfeitos com suas moradias, os sulistas se sentem mais confortáveis para usufruir da casa, inclusive com outras pessoas.
"Nessa região, a sala também é considerada o cômodo mais importante, o que não se repete em nenhuma outra região. Quando você analisa o recorte das classes A e B ou de faixas etárias mais altas, esse é o padrão", explica o executivo.
O Censo QuintoAndar de Moradia, realizado em parceria com o Instituto Datafolha, traz informações sobre o mercado residencial no Brasil, a caracterização do domicílio, além de hábitos, anseios e desejos dos brasileiros. Ao todo, foram realizadas 3.186 entrevistas com a população brasileira, com idade a partir de 21 anos, em todas as cinco regiões do país.
Outro dado que chama a atenção na análise da região Sul é o tipo de imóvel disponibilizado: 20% são condomínios ou vilas, o maior percentual do país. As casas são 89% dos imóveis disponibilizados, sendo 69% delas em ruas abertas, enquanto os apartamentos compõem 11%.
A idade média dessas residências é de 23 anos, e a configuração mais comum são dois quartos (44%) e um banheiro (62%). Além disso, 77% contam com garagem e 80% têm quintal ou área externa.
Apenas 4%, no entanto, oferecem escritório para home-office. A demanda ganhou força com a pandemia, realidade que ajudou a mudar a maneira como o brasileiro encara a sua moradia, avalia Reis.
"Vemos que a importância da casa ganhou força com a pandemia. As pessoas passaram a ressignificar a sua moradia e a ficar mais tempo em casa. Hábitos como fazer orações, ouvir música, cozinhar e fazer tarefas domésticas ganharam força. Tudo é feito dentro de casa, inclusive trabalhar", diz.
Sonho da casa própria
O levantamento foi feito nacionalmente e mostra que o "sonho da casa própria" continua sendo importante para os brasileiros, inclusive para os mais jovens. A casa própria e a estabilidade financeira se mostraram prioridades para os brasileiros, com média de 9,6 e 9,7, respectivamente.
No Sul, a questão da casa própria atingiu média de 9,7 — para os sulistas aparecem em seguida família (9,6), profissão (9,6), plano de saúde (9,3), religião (9,1), filhos e carros (ambos com 8,7), negócio próprio (8,7) e casamento (7,5). As médias do Sul para casar e ter filhos são bem maiores do que a média nacional.
"A casa própria ainda é um sonho. Entre os mais jovens, o percentual é até maior, então vemos que se mantém. E isso tem relação com a pandemia, as pessoas buscam segurança financeira. Passamos por um momento difícil, então aparece muito a preocupação com o futuro, muito mais do que ter filhos ou a religião, por exemplo", explica Reis.
A pesquisa foi feita por meio de entrevistas pessoais em pontos de fluxo populacional entre os dias 11 e 21 de outubro de 2021 e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra. Na região Sul, foram feitas 300 entrevistas. Segundo os organizadores, a ideia é transformar a pesquisa em algo anual.
Fonte: site G1
Comentários