Rio Grande do Sul é o estado com mais projetos eólicos offshore tramitando no Ibama

A nova atualização dos projetos eólicos offshore (no mar) com licenciamento ambiental tramitando no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aponta o Rio Grande do Sul como o estado brasileiro com mais projetos anunciados, tanto em quantidade como em potência instalada. Até essa quinta-feira (31), eram doze empreendimentos com processos abertos na entidade, que somam 29.599 MW (o que corresponde a mais de sete vezes a demanda média de energia dos gaúchos).


Canal Energia/Divulgação

Em questão de potência, o segundo nesse ranking é o Rio de Janeiro, com 27.498 MW, e quanto ao número de iniciativas, na sequência, vem o Ceará, com 10. Ainda há projetos divulgados para os estados do Espírito Santo, Piauí e Rio Grande do Norte. No total do Brasil, até agora, são 46 complexos dessa natureza, que resultam em 106.483 MW. Para se ter uma ideia do crescimento de ações nessa área, ao final de janeiro o Ibama contabilizava 80.403 MW em propostas de usinas offshore (sendo 23.589 MW na costa gaúcha).

“O mar é o limite”, brinca o presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, sobre o potencial da geração eólica offshore. No entanto, o dirigente admite que, assim como acontece no caso dos investimentos onshore (em terra), há muitos projetos que são idealizados e acabam não saindo do papel. Apesar disso, ele frisa que as empresas envolvidas nos empreendimentos offshore são companhias potentes, como é o caso, por exemplo, de Shell, Totalenergies Petroleo&Gas, Grupo EDP e Neoenergia.

Entre os desafios que precisam ser superados para esses complexos irem adiante, o integrante do Sindienergia-RS cita as questões de licenciamentos ambientais, conexão com a rede elétrica e a sobreposição de projetos (em alguns casos, houve empreendedores distintos que demonstraram interesse em construírem seus parques eólicos em locais em comum, o que acaba gerando um conflito de interesses). “Mas, de fato, quanto mais robusta fica (a atração por esse segmento), indica que alguma coisa vai acontecer”, prevê o dirigente.

Sari argumenta que muitas empresas estão apresentando suas propostas para ocupar um espaço inexplorado, antes que algum concorrente o faça, “pegando um lugar ao sol”. Ele reforça que essas companhias estão se posicionando, esperando os desdobramentos futuros do mercado. O dirigente enfatiza que, com o passar do tempo, deverão ser melhor detalhados pontos como portes dos empreendimentos e seus reflexos ambientais no meio marinho e como será decidido quem terá preferência sobre uma área de interesse em comum.

Conforme o presidente do Sindienergia-RS, uma das vantagens para os projetos que pretendem se instalar na costa gaúcha, além dos ventos favoráveis, é a proximidade do porto de Rio Grande, que facilitará a logística para implantação e manutenção dessas estruturas. Sobre o custo de construção de um parque eólico offshore, Sari estima que, hoje, a cada MW instalado, é necessário um aporte de aproximadamente R$ 10 milhões. Ou seja, os mais de 29,5 mil MW previstos para o Rio Grande do Sul significariam investimentos na ordem de R$ 295 bilhões.

Com informações do Jornal do Comércio




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