Pela primeira vez na história, Fifa nomeia árbitras e assistentes mulheres para a Copa do Mundo

A Fifa anunciou os árbitros que irão à Copa do Mundo e pela primeira vez terá três mulheres escaladas para o torneio. Além das árbitras, três assistentes mulheres também estarão no Catar. Um total de 36 árbitros foram nomeados para a Copa, 69 assistentes e 24 árbitros de vídeo.

Neusa Back, na foto de Lucas Figueiredo/CBF

É a primeira vez que a Fifa escala mulheres para trabalhar em uma Copa do Mundo Masculina em seus 92 anos de história. As seis mulheres, três árbitras e três assistentes, abrirão um capítulo novo no torneio. As três árbitras serão Stephanie Frappart, da França, Salima Mukansanga, de Ruanda, e Yoshimi Tamashita, do Japão. As três assistentes que trabalharão na Copa serão Neuza Back (foto), do Brasil, Karen Diaz Medina, do México, e Kathryn Nesbit, dos Estados Unidos.

A nomeação é histórica, mas é preciso lembrar que nem todos os árbitros e assistentes selecionados efetivamente trabalharão na Copa. Dependerá do desempenho de cada um até o torneio, que começa no dia 21 de novembro e vai até 18 de dezembro.

Os brasileiros Wilton Sampaio e Raphael Clauss estarão na Copa como árbitros. Como dito antes, Neuza Back estará entre os assistentes, além de Bruno Boschilia, Bruno Pires, Rodrigo Figueiredo e Danilo Simon. Além dos brasileiros, outros cinco árbitros sul-americanos estarão na Copa: o uruguaio Andreas Matias Matonte Cabrera, o peruano Kevin Ortega, o argentino Fernando Rapallini, o também argentino Facundo Tello e o venezuelano Jesus Valenzuela.

Nenhum árbitro de vídeo do Brasil foi selecionado, o que não surpreende ninguém, dado o mal uso do equipamento no Brasil. Haverá, porém, cinco árbitros de vídeo sul-americanos: o chileno Julio Bascunan, o colombiano Nicolás Gallo, o uruguaio Leodan González, o venezuelano Juan Soto e o argentino Mauro Vigliano.

“Isso conclui o processo que começou muitos anos atrás com a escalação de árbitras mulheres nos torneios de base e principais do futebol masculino. Desta forma, nós claramente enfatizamos que é qualidade que conta para nós, não gênero”, afirmou o presidente do comitê de arbitragem da Fifa, o ex-árbitro Pierluigi Collina.

“Gostaria que no futuro a seleção das principais árbitras mulheres para torneios masculinos importantes sejam percebidas como algo normal e não mais como algo que chama a atenção. Elas merecem estar na Copa do Mundo por constantemente terem desempenho em um nível muito alto e esse é o fator importante para nós”, continuou Collina.

As mulheres começaram a participar de arbitragens em torneios masculinos há alguns anos. No Brasil, se tornou comum termos assistentes mulheres e algumas árbitras apitam no Campeonato Brasileiro. Ultimamente, a árbitra que é escalada com regularidade é Edina Alves Batista, que esteve na última Copa do Mundo Feminina, em 2019.

Frappart e Kateryna Mozul se tornaram as primeiras árbitras mulheres a trabalhar nas Eliminatórias da Copa masculinas ano passado. Frappart foi a árbitra de Holanda x Letônia e Mozul foi a árbitra de Áustria e Ilhas Faroe.

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