Em meio a uma possível nova onda de Covid, surgem novas ferramentas contra a doença

Para muitos especialistas em infectologia e epidemiologia, o Brasil está vivendo Brasil está enfrentando uma nova onda de casos de Covid-19, ligada às subvariantes da Ômicron. A alta no índice de infecções aconteceu na semana epidemiológica iniciada no dia 5 de junho e encerrada no último sábado (11). Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o período  registrou 292.068 novos casos de Covid-19 no país. A primeira boa notícia é que esse aumento de casos não deve ter impacto no número de mortes, pois essa nova onda parece ter um efeito menos grave do que foi a Ômicron e do que foi a Gamma, entre março e abril de 2021.  Pois estamos vivendo momento de atenção, mas muito provavelmente esse impacto vai ser menor em termos de hospitalização e óbitos.

A segunda boa notícia é que, apesar das vacinas contra a Covid-19 terem demonstrado eficácia na diminuição das complicações da doença e nas mortes, especialistas ainda seguem preocupados com a quantidade de infecções e consideram reforços e atualizações dos imunizantes como necessários. Por  isso, a pesquisa não para e surgem, a todo instante, novas armas contra a doença. Um grupo de cientistas está apostando as fichas na vacina nasal, que está sendo estudada em vários locais do mundo e  no Brasil, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas em São Paulo.

A microbiologista Natalia Pasternak, em entrevista à CNN, menciona as vantagens do modelo de imunização. Ela diz que "quando tivemos as primeiras vacinas para Covid, a preocupação maior era reduzir hospitalização e morte. A gente sabia que não ia conseguir reduzir drasticamente o contágio com aquelas primeiras vacinas. É o momento ideal pra começar a explorar novas estratégias", argumenta.

O doutor Jorge Kalil, que está à frente dos estudos no Incor, conta que "as pesquisas começaram ainda em 2020. Agora, a tecnologia, que já foi usada contra a influenza, precisa ser testada em humanos. Segundo ele, quando se recebe uma vacina no braço, induzimos uma resposta sistêmica. Então todo o organismo vai produzir os anticorpos que vão circular no sangue. Eles são do tipo IgG, que vai proteger o nariz e o pulmão, mas com menos intensidade. Quando você faz uma vacina intranasal, ela tem que ter características próprias para se instalar na célula mucosa e induzir resposta forte no local. Essa resposta é por meio do IgA", detalha o médico. 

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E a terceira boa notícia dos últimos dias: o Instituto de Química da Universidade de São Paulo criou uma máscara capaz de conter os dois tipos de vírus responsáveis pelas doenças, o influenza e o novo coronavírus.

Comercializada com o nome de Phitta Mask, a máscara conta com uma tecnologia chamada de Phtalox, que pode eliminar partículas virais no momento em que elas entram em contato com o tecido. Devido a essa tecnologia química, a camada mais externa do vírus pode ser destruída em questão de segundos, impedindo assim a replicação viral.

De acordo com o Instituto da USP, durante 2020 e 2021, foram feitos testes que comprovaram a eficácia da máscara (99%) contra o SARS-CoV-2 e suas variantes Ômicron, Delta, Gama (P.1), Zeta (P.2) e o vírus da influenza. O desenvolvimento da máscara foi fruto de uma parceria entre o instituto e a empresa brasileira Golden Technology.

“Os resultados dos testes em laboratório nos deixam muito confortáveis. A máscara eliminou 100% dos vírus, tanto de Influenza A como de Influenza B. Isso é muito importante porque trata-se de uma doença com alta mortalidade, principalmente entre gestantes, idosos e crianças”, explica o virologista Edison Luiz Durigon, pesquisador da USP e coordenador das análises, em comunicado.

O CEO da Golden Technology, Sérgio Bertucci, afirma que, diferente da máscara cirúrgica, que precisa ser trocada de 3 em 3 horas, a tecnologia “garante proteção por até 12 horas, o que diminui significativamente a quantidade de unidades descartadas no meio ambiente”.


Com informações do site da CNN Brasil




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