Arrecadação federal chega a R$ 172,3 bi em agosto e registra 8º recorde seguido

A arrecadação federal de agosto deste ano chegou a R$ 172,3 bilhões, registrando um crescimento real de 8,21% na comparação com agosto do ano passado. Esse é o maior resultado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em 1995.

O resultado também é o oitavo recorde consecutivo em 2022, considerando a comparação anual dos meses anteriores. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (27) pela Receita Federal Brasileira (RFB).



No período acumulado de janeiro a agosto de 2022, a arrecadação alcançou o valor de R$ 1,4 trilhões, representando um acréscimo 10,17% também em relação ao mesmo período do ano anterior. De todo o valor arrecadado em agosto, R$ 165,1 bilhões foram de receitas administradas pela RFB.

Conforme a Receita, o crescimento observado no período pode ser explicado, principalmente, pelo crescimento dos recolhimentos de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL). Segundo o órgão, esse tipo de tributação gerou uma arrecadação de R$ 35,5 bilhões em agosto. Isso representou um crescimento real de 27,16%.

Outro ponto de destaque para a RFB foi o aumento da Receita Previdenciária, que teve arrecadação de R$ 45,8 bilhões, com acréscimo real de 8,30%. Segundo a instituição, o resultado pode ser explicado pelo aumento real de 6,77% da massa salarial. “Além disso, houve crescimento das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18.”, completam.

A Receita destaca ainda um crescimento em todas as modalidades de apuração do lucro. Segundo eles, “houve recolhimentos atípicos da ordem de R$ 35 bilhões, especialmente por empresas ligadas à exploração de commodities, no período de janeiro a agosto deste ano, e de 29 bilhões, no mesmo período de 2021.”

Questionado se a queda no preço do petróleo e dos combustíveis podem ter impacto na redução da arrecadação a longo prazo, Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, diz que “a medida que a recuperação da atividade econômica mostra-se num ritmo mais acelerado, você vai ter uma demanda interna pelos combustíveis. Então, o crescimento da produção também ajuda a explicar o comportamento da arrecadação vinculada ao setor”.

“Vamos admitir que essa queda no preço do petróleo seja uma queda menor comparativamente, ao crescimento da produção, então, na verdade, o preço do barril pode diminuir, mas se eu aumentei a produção, o comportamento da arrecadação pode ser manter. Existem três fatores principais que vão definir o comportamento da arrecadação vinculada ao setor, e não só o preço do barril, mas também a produção e a cotação do dólar.”

Já sobre se o crescimento da receita previdenciária se encaixa com a previsão e qual o impacto da melhora no mercado de trabalho, Sérgio Gadelha, coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, diz que a criação líquida de vagas de trabalho formais afeta a massa salarial que, por sua vez, vai ter impactos em alguns tributos e, a receita previdenciária, impacta o próprio Imposto de Renda retido na fonte.

“Então, em linhas gerais, o aumento, a criação líquida de empregos formais, tem impacto na arrecadação federal, por meio do aumento da arrecadação das receitas previdenciárias, e de outros tributos como o Imposto de Renda retido na fonte e o rendimento do trabalho.”

Leia a notícia original da CNN Brasil

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